Cade investigará google por supostas infrações em busca

O órgão irá apurar se a gigante da internet adota práticas anticompetitivas no mercado de buscas online do Brasil.

Google | Divulgação
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As atividades do Google no país serão investigadas pela Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O órgão irá apurar se a gigante da internet adota práticas anticompetitivas no mercado de buscas online do Brasil.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (11) no "Diário Oficial da União".

No total, três processos administrativos foram abertos. As investigações foram motivadas por denúncias da Microsoft, controladora do site de buscas Bing, e da E-Commerce Media Group, dona do Buscapé e do Bondfaro. O Google será intimado agora a apresentar sua defesa.

Na avaliação do Cade, as condutas precisam ser investigadas, já que podem significar que o Google age para dificultar a entrada e o desenvolvimento de concorrentes no mercado brasileiro de buscas online, aumentando seu já elevado poder de mercado neste segmento.

A denúncia da Microsoft refere-se à restrições impostas pelo Google para o uso de sua plataforma de publicidade online, conhecida como Google AdWords.

É por meio deste canal que os anunciantes gerenciam suas campanhas publicitárias no buscador e definem, por exemplo, quais palavras digitadas pelos usuários desejam que sejam associadas aos seus anúncios. É através do AdWords também que são escolhidos os anunciantes que aparecerão no espaço de "links patrocinados" do Google.

Para a Microsoft, o Google impôs restrições ao uso da plataforma de modo a dificultar que os anunciantes gerenciem suas campanhas publicitárias de forma simultânea em outros buscadores concorrentes, como o Bing.

Já a E-commerce Media Group alega que o Google privilegia nos resultados de seu buscador sites próprios, como o Google Shopping, em detrimento de páginas concorrentes, como Buscapé e Bondfaro.

Segundo a denúncia da empresa, o Google vêm ainda aumentando o espaço da busca patrocinada ao mesmo tempo que adota mecanismos para confundir o usuário na identificação do que são os resultados de busca "orgânica" e paga, o que acarretaria efeitos anticompetitivos.

O Cade irá investigar também se o Google vem adotando a prática conhecida como "scraping", ou "raspagem" em português. Por meio dela, a empresa coleta conteúdo de sites concorrentes e o utiliza em suas páginas próprias.

Segundo a representação da E-Commerce, o Google Shopping apropriou-se de comentários de clientes publicados em seus sites de comparação de preços Buscapé e Bondfaro. Para a empresa, o Google está tirando as vantagens competitivas de suas páginas, já que os comentários agregam valor ao conteúdo oferecido aos usuários.

OUTRO LADO

Procurado, o Google informou, por meio de nota, que irá trabalhar com o Cade para "endereçar todas as suas dúvidas e preocupações". Segundo a empresa, "governos e tribunais de Justiça em vários países, inclusive no Brasil, já examinaram estas questões e não encontraram violações das leis vigentes".

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