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Broadcom, Oracle e Palantir desafiam domínio das “Sete Magníficas”

Avanço da inteligência artificial abre espaço para novas líderes e faz Wall Street repensar os grupos de ações que dominam o mercado

Broadcom, Oracle e Palantir desafiam protagonismo entre Big Techs | Foto: David Paul Morris/Bloomberg
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Três anos após o ChatGPT colocar a inteligência artificial (IA) no centro da economia global, o mercado financeiro começa a olhar além das gigantes que dominaram a era digital. O grupo das chamadas “Sete Magníficas”, formado por Nvidia, Microsoft, Apple, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla, que impulsionou o crescimento recorde do índice S&P 500 desde 2023, agora vê o protagonismo ser disputado por novas empresas, como Broadcom, Oracle e Palantir.

Analistas afirmam que a revolução da IA vem redistribuindo o poder tecnológico e financeiro, beneficiando companhias que realmente lucram com a inovação. 

“Os próximos vencedores serão aqueles que atenderem a mercados grandes e sem restrições por meio da IA”, afirmou Chris Smith, gestor de portfólio do Antero Peak Group da Artisan Partners.

A nova elite da tecnologia

Enquanto a Nvidia e a Microsoft seguem como potências da IA, Apple, Amazon e Tesla enfrentam incertezas e desempenho abaixo do esperado. Isso tem levado Wall Street a propor novas classificações de destaque. Entre elas, estão o “Quarteto Fabuloso” (Nvidia, Microsoft, Meta e Amazon), os “Seis Grandes” (sem Tesla) e até a “Elite 8”, que adiciona a Broadcom ao grupo original.

A Cboe Global Markets, por exemplo, lançou o Cboe Magnificent 10 Index, incluindo Broadcom, Palantir e AMD, rival direta da Nvidia em chips de processamento. O movimento reflete a tentativa do mercado de capturar os verdadeiros beneficiários da corrida da IA, que agora se espalha por diferentes setores.

Novas protagonistas

Empresas como Oracle e Palantir se destacam entre as candidatas à nova geração de líderes. As ações da Oracle subiram mais de 75% em 2025, impulsionadas pelo crescimento do negócio de computação em nuvem voltado à IA. Já a Palantir, que fornece softwares baseados em inteligência artificial para governos e corporações, valorizou 135% neste ano, sendo o melhor desempenho do índice Nasdaq 100.

“Precisamos expandir a conversa para além das Sete Magníficas. A Oracle e a Broadcom definitivamente fazem parte disso agora”, disse Nick Schommer, gerente de portfólio do Janus Henderson Transformational Growth ETF.

Quem fica para trás

Nem todas as antigas estrelas mantêm o mesmo brilho. A Apple é criticada por ter ficado para trás em inovação de IA, enquanto a Tesla enfrenta queda nas vendas de veículos elétricos e crescente concorrência. Mesmo assim, ambas continuam com uma base sólida de investidores.

A aposta para a Apple é que o iPhone se torne o principal dispositivo de acesso à IA, enquanto os seguidores da Tesla confiam nos projetos de direção autônoma e robôs humanoides de Elon Musk.

Próxima revolução

Com a expansão da IA, especialistas esperam que os grandes vencedores deixem de ser apenas as empresas que criam a infraestrutura tecnológica e passem a ser aquelas que integram a IA aos seus produtos e serviços, impulsionando eficiência e lucro.

“Podemos estar vendo o início de uma troca de liderança. À medida que a história da IA evolui, novos vencedores podem substituir os antigos e esse movimento é natural em toda grande transformação tecnológica”, afirmou Jurrien Timmer, da Fidelity Investments.

A era das “Sete Magníficas” ainda não acabou, mas, diante da velocidade da inovação, o mercado começa a se preparar para uma nova geração de gigantes, as “magníficas do futuro”.

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