Brasileiro cria copo inteligente que evita desperdício e prevê consumo

Protótipo deve ficar pronto em dois meses. Estudante mira em grandes eventos no Brasil, como Copa do Mundo, para emplacar produto

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Um estudante do 3º ano de Sistemas de Informação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) campus de Bauru, no interior de São Paulo, criou um copo inteligente. Ele soma a conta para o cliente, informa ao vendedor quanto foi consumido e ainda evita o desperdício.

O autor do invento é Lucas Sormani Garcia, que trabalha em um protótipo que deve ficar pronto em dois meses. Voltado para o sistema self-service de bebidas, o foco, até agora, é nos refrigerantes. Nada de cachaça e vinho por enquanto.

"Para destilados como vodka, acho difícil, já que esse tipo de bebida não é vendida em máquinas e sim em garrafas", explica, acrescentando que a cerveja é a próxima bebida deste cardápio.

Garcia mira em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas para lançar o projeto comercialmente. Ele participou de um programa do Sebrae-SP, que teve mais de 120 participantes, promovendo o empreendedorismo. Lucas ficou entre os 36 finalistas da Maratona de Negócios, travada durante a Campus Party.

Copo soma a conta para o cliente, informa ao vendedor quanto foi consumido e ainda evita o desperdício

O funcionamento do copo é simples. Um chip e um sensor são implantados no copo. Na máquina, um sensor é instalado. Além disso, um programa de computador coleta dados e administra o sistema. Na prática, a máquina libera o refrigerante para o usuário cada vez que ele vai se servir - como sempre. Em vez de ter que pagar para beber cada vez, no entanto, o gerenciamendo dos dados entre máquina e copo é feito pelo computador, que diz exatamenteo quanto o cliente consumiu.

O estudante universitário conta ainda que o copo inteligente evita perdas, porque serve apenas a quantidade exata de líquido solicitada. Para o inventor, o copo é a evolução do código de barras e das leituras por raios de infravermelho.

"A gente vê naquelas máquinas de refrigerante, quando a pessoa se serve sozinha e tem que apertar o botão para liberar o líquido, sempre há um desperdício tamanho. O refrigerante sempre transborda do copo e é esse tipo de desperdício que nós vamos evitar", explica.

Morador em Agudos, cidade vizinha a Bauru, Lucas estuda na Unesp e faz estágio um shopping da cidade. Foi o dia a dia em um centro de compras que deu a ele a ideia do copo anti-desperdício.

"Eu estava almoçando com uns amigos em frente ao Burguer King de um shopping, quando observei uma pessoa tirando refrigerante da máquina e derramando boa parte, daí pensei ?quanto será que eles perdem por ano só com desperdício??", conta.

Lucas revela que chegou a comentar com os amigos que o aconselharam a guardar a ideia. Pouco tempo depois o universitário, que já havia se inscrito para conhecer a Campus Party como visitante, recebeu um email do Sebrae sobre os preparativos para o evento e com a possibilidade de inscrever um projeto inovador.

"Lembrei logo da ideia que tive no shopping e resolvi arriscar", disse.

Meu primeiro empreendimento não deu certo porque eu escolhi os componentes errados

Lucas Garcia

O estudante afirma que não conhece nenhum projeto igual no mundo. "Fiquei sabendo que a Disney tem um copo que controla quantas vezes você tomou refrigerante, mas não evita o desperdício. Nunca fui pra lá, então não conheço detalhes", justifica. Na companhia de um amigo de infância, o estudante de Engenharia Elétrica da Universidade Paulista (Unip) Rafael Fernandes, Lucas está testando os componentes que irá utilizar no protótipo, que deve ficar pronto em no máximo dois meses. De acordo com ele, todos os itens podem ser encontrados facilmente no Brasil.

"A partir do momento em que nós tivermos o copo funcionando, as empresas podem comprar a ideia. Mas para chegarmos até lá, ainda estamos em busca de patrocínio para o projeto", ressalta.

A estimativa inicial é que cada copo custe cerca de R$ 0,90, preço muito acima dos copos convencionais de plástico para água por exemplo, que custam entre R$ 0,05 a R$ 0,09 a unidade. Mas o universitário acredita que o preço possa despencar se for fabricado em grande quantidade e se houver patrocínio.

Prova de fogo

O inventor já deu início ao processo de patente e pretende testar sua invenção em uma festa para o público universitário da cidade. Caso funcione, ele deve levar o copo inteligente para o Carnatlética, festa que reúne estudantes de toda a região de Bauru e é realizada em outubro.

Lucas ainda é meio reticente com a ideia, porque no ano passado ele tentou criar um site que traria ofertas de locação de imóveis de grande parte das imobiliárias do País, voltado para atender estrangeiros durante a Copa do Mundo de 2014. "Não deu certo porque eu escolhi os componentes errados", relembra.

Apesar disso, não desistiu da Copa. Ele já fala em vender a ideia para a Fifa, organizadora do mundial de futebol, e ter sua criação presente nos eventos organizados pela entidade.

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