No final do século XIX, identificar um artista em pleno processo de criação no meio de um parque, por exemplo, era tarefa fácil. Posicionado de forma estratégica para capturar o ângulo mais bonito da paisagem, ele estaria junto a seu cavalete, com uma paleta de tintas em uma das mãos e um pincel na outra, e talvez até usasse uma boina, como nos desenhos animados. Mas hoje, provavelmente, se você andasse pelas ruas de uma grande metrópole e visse um homem deslizando o dedo pela tela de seu iPhone, você nem desconfiaria que ele está fazendo praticamente a mesma coisa: pintando a paisagem.
Em 2009, esse "pintor" poderia ser Jorge Colombo, que usa o dedo como pincel para registrar cenas de Nova York na tela de seu iPhone. Nascido em Portugal, ele mora há 20 anos nos Estados Unidos, e seus recentes "iPhones Sketches" sucedem trabalhos com fotografia, vídeo e ilustração.
Para pintar na tela sensível ao toque do celular da Apple, Colombo usa o aplicativo Brushes ("pincéis") - que custa cerca de US$ 5 na App Store -, seu dedo e, claro, alguma habilidade.
O artista registra desde prédios, pontes e ruas, a temas mais banais, como o interior de um café visto pelo lado de fora. As cenas noturnas são bastante comuns, e mostram uma vantagem do iPhone sobre as telas de pintura tradicionais: a tela iluminada do celular dispensa qualquer outra fonte de luz.
Por enquanto, Jorge Colombo exibe as "pinturas de iPhone" em seu site, mas anuncia que em breve lançará uma edição de imagens impressas.
As imagens podem ser vistas em www.jorgecolombo.com/isketches. Em algumas delas, é possível visualizar o processo em vídeo.