Aplicativo 'Secret', de posts anônimos, chega ao fim, anuncia criador

Em seus 16 meses de vida, o app conseguiu um público de 15 milhões de usuários em todo o mundo e muita encrenca.

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 A empresa que desenvolve o polêmico aplicativo “Secret” decidiu encerrar o serviço, segundo declaração de um dos criadores da ferramenta, David Byttow, publicada nesta quarta-feira (29).

Uma data para o fim do app não foi informada, mas, na manhã desta quinta-feira, ele já não podia ser encontrada na App Store, da Apple, o que indica que seu encerramento foi imediato.

Em seus 16 meses de vida, o app conseguiu um público de 15 milhões de usuários em todo o mundo e muita encrenca.

Por permitir que as pessoas publicassem segredos sem revelar suas identidades, a Justiça do Espírito chegou a proibir o serviço em todo Brasil em agosto de 2014. A decisão foi tomada após o juiz Paulo Cesar de Carvalho, da 5ª Vara Cívil de Vitória, entender que o Secret violava princípios constitucionais ao permitir o usufruto da liberdade de expressão sob condição de anonimato. No entendimento do magistrado, o serviço era um “instrumento apto ao cometimento daquilo que, corriqueiramente, tem sido chamado de ‘bullying virtual’”. Em setembro, a Justiça voltou atrás, mas antes o app já havia anunciado uma reestruturação para coibir excessos. Mesmo em meio a tanta polêmica, os leitores elegeram o Secret o melhor app de 2014.

“Depois de pensar muito e de consultas com nosso conselho, eu decidi encerrar o Secret”, escreveu no site “Medium”. “Essa é decisão mais difícil da minha vida e uma das que mais me entristeceu profundamente. Infelizmente, o Secret não representa mais a visão que eu tinha quando iniciei a companhia, então acredito que é a decisão certa para mim mesmo, nossos investidores e nossa equipe”, completou.

Byttow ainda defendeu o anonimato como meio para fornecer “comunicação aberta e expressão criativa”, mas admitiu que “é também uma faca de dois gumes, que deve ser empunhada com muito respeito e cuidado”.

O executivo afirmou seus próximos passos serão tentar arranjar novas ocupações para os integrantes de sua equipe e devolver o dinheiro levantado junto aos investidores. “Inovação requer falhas, e eu acredito em falhar depressa para poder seguir adiante a fim de cometer somente novos e diferentes erros”, comentou.

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