A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o talco como "provavelmente cancerígeno" em um estudo publicado nesta sexta-feira (5) na revista The Lancet Oncology. A pesquisa foi conduzida por cientistas do Centro Internacional de Pesquisa do Câncer (CIRC/IARC), durante uma reunião em Lyon, na França.
Os especialistas compilaram estudos que indicam que o talco, um mineral extraído em diversas partes do mundo, causou câncer de ovário em seres humanos, além de evidências obtidas em testes com animais de laboratório.
EXPOSIÇÃO AO TALCO É DIVIDIDA EM DOIS GRUPOS
Quem participa do processo produtivo
Ocorre no ambiente de trabalho durante a extração, moagem ou processamento do talco, ou durante a fabricação de produtos que o contenham.
Para a população em geral
A exposição ocorre principalmente através do uso de cosméticos e pós-corporais contendo talco.
A avaliação não focou no talco contendo amianto, mas não foi possível excluir a possibilidade de contaminação por amianto no talco usado pelos participantes dos estudos analisados.
AMIANTO PODE CAUSAR CÂNCER?
A substância, usada em várias indústrias, pode causar câncer no mesotelioma, ovário, pulmão e laringe, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Cânceres causados pelo amianto podem levar de 10 a 50 anos para manifestar sintomas. Todas as formas de amianto são cancerígenas, incluindo crisotila (branco) e anfibólios como actinolita, amosita (marrom), antofilita, crocidolita (azul) e tremolita.
Respirar fibras de amianto pode causar câncer e outras doenças. Em 1995, o Brasil restringiu alguns usos do amianto, mas continuou sendo um grande produtor e consumidor até 2017, quando o Supremo Tribunal Federal proibiu sua extração, industrialização, comercialização e distribuição. Em 2023, a decisão foi mantida.