Suzane von Richthofen, Anna Carolina Jatobá e Elize Matsunaga saíram na manhã desta quinta-feira (10) da Penitenciária Feminina de Tremembé para passar o Dia das Crianças com familiares.
A primeira foi condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais. A segunda cumpre pena de 26 anos pela morte da enteada Isabela Nardoni.
Já Elize Matsunaga saiu da cadeia pela primeira vez desde que matou e esquartejou o marido e pôs o corpo em uma mala, em 2012.
As três detentas precisam voltar para o cárcere na quarta-feira (16/10).
Vestida de branco e bastante maquiada, ela demonstrou tranquilidade diante dos fotógrafos na entrada do presídio e seguiu para um vilarejo chamado Chopinzinho, no interior do Paraná.
Ao entrar num carro de luxo, Elize foi aplaudida por outras presas e ovacionada com gritos de “linda” e “vai viver a vida que você merece”.
Elize poderia ter saído em agosto no Dia dos Pais. Mas recusou o benefício alegando medo e a distância da família.
Vestida com casaco de frio, Suzane saiu correndo para escapar das lentes de fotógrafos e cinegrafistas. Jatobá teve ajuda de uma colega de cela, que cobriu o seu rosto com uma sacola de compras.
De Tremembé, Suzane seguiu às pressas para Angatuba, onde vive seu noivo, Rogério Olberg. Jatobá pegou um carro e seguiu para São Paulo. Ela vai passar o feriado com seus dois filhos adolescentes.
Em Tremembé, os presos do regime semiaberto têm direito a ficar fora da cadeia 35 dias por ano em datas especiais, como Natal, Ano-Novo, Páscoa, Dia das Mães, dos Pais e das Crianças. Ontem, só da Penitenciária Feminina I de Tremembé Santa Maria Eufrásia Pelletier - onde estão Suzane e Jatobá - 55 presas deixaram a cadeia.
Durante a saída temporária, Suzane e Jatobá não podem sair do município domicílio declarado por elas à Justiça. No caso de Suzane, o limite é a cidade de Angatuba.
A madrasta de Izabela pode circular somente por São Paulo. No entanto, ambas evitam sair de casa com medo de serem hostilizadas na rua, conforme declararam ao Ministério Público.
Durante a liberdade provisória, as criminosas não podem ficar na rua entre 20h e 6h da manhã e nem consumir bebida alcoólica, sob pena de regressar ao regime fechado.
Suzane tem direito às saidinhas desde 2014. Em 2016, ela teve o benefício suspenso porque mentiu à Justiça ao declarar o endereço do noivo. No final do ano passado, foi punida novamente ao comparecer a uma festa de casamento de uma colega de cela, na cidade de Taubaté. Suzane jura que comeu só um pedaço de bolo com refrigerante nessa festa e que foi parar lá porque o pneu do carro do noivo estourou na estrada.
“Era um pneu rebaixado difícil de encontrar”, justificou na Justiça. Mesmo assim, a detenta perdeu a oportunidade de sair por duas vezes no início do ano.
Há dois anos Suzane pleiteia migrar do regime semiaberto para o aberto, onde passaria a cumprir o resto da pena em liberdade. Mas a Justiça lhe nega o benefício sob argumento de que os testes de avaliação psicológica apresentaram resultados desfavoráveis. O último exame, feito no ano passado, assegura que Suzane é “manipuladora, narcisista, dissimulada e tem agressividade camuflada”. Um novo teste está agendado para 2020.