Em 2022, o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentou a demanda de quase 50 vítimas de disparos de arma de fogo por dia no Brasil, resultando em 17,1 mil internações em hospitais públicos, conforme apontado pelo Instituto Sou da Paz. O tratamento desses casos acarretou um custo de R$ 41 milhões aos cofres públicos, montante equivalente à realização de 1 milhão de mamografias no país.
O impacto da violência armada torna-se ainda mais evidente ao longo dos últimos 15 anos, durante os quais as hospitalizações de baleados totalizaram despesas de R$ 886 milhões. Nos hospitais do Rio de Janeiro, o custo médio diário de um paciente baleado em unidades de alta complexidade atinge R$ 2,3 mil, variando conforme a gravidade do caso, a complexidade dos procedimentos e o tempo de internação.
No cenário atual, somente neste ano, a Secretaria Estadual de Saúde já despendeu mais de R$ 19,7 milhões, quantia suficiente para realizar 4,6 milhões de hemogramas completos. Fica evidente que os hospitais públicos enfrentam uma sobrecarga significativa devido à persistente onda de violência.
Nos estabelecimentos de saúde sob administração da Prefeitura do Rio, os custos associados aos atendimentos permanecem elevados. Apenas nos primeiros dez meses deste ano, foram despendidos R$ 37,2 milhões. Essa soma representaria recursos suficientes para viabilizar quase 1,7 milhão de ultrassonografias ginecológicas. Durante esse período, os hospitais municipais na capital registraram a admissão de 1.084 indivíduos vítimas de disparos de arma de fogo.