O Brasil está vivendo um surto de sarampo. A situação fez com que país perdesse o certificado de eliminação da circulação do vírus da doença, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2016. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018 foram registrados 10.326 casos de sarampo. Este ano, até o dia 19 de março, mais 48 novos casos já foram confirmados. “A vacinação é a única forma de se blindar contra a doença. Se ela não está em falta, não deveria ter motivo para o que está ocorrendo”, diz o Biólogo Horácio Teles.
Para o especialista, uma das razões para o aumento dos casos de sarampo no país é a falta de preocupação da população em se prevenir contra a doença, por acreditarem que ela está sob controle. “Tende ao esquecimento, à negligência. Por isso a necessidade de programas educativos permanentes de vacinação”, defende o Biólogo, que considera importante a realização de campanhas de conscientização sempre que os níveis de cobertura vacinal ficarem abaixo do desejável. “Mas, para o acompanhamento da cobertura, é fundamental o bom funcionamento do sistema de vigilância epidemiológica em todo o país”, acrescenta.
Teles explica que há duas versões disponíveis da vacina, tanto na rede pública como na privada. “Além da tríplice-viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, a tetra também age contra a catapora”, diz o Biólogo, que lembra que as únicas pessoas que não devem se imunizar são aquelas com suspeita de sarampo, gestantes, bebês menores de 6 meses e imunodeprimidos. “A vacinação é a única forma de se proteger e as pessoas devem se conscientizar de que não é uma doença inofensiva. Em casos mais severos, ela pode comprometer o Sistema Nervoso Central e até mesmo levar à morte”, alerta o Biólogo.
Os primeiros sintomas são febre alta (acima de 38,5°C) acompanhada de tosse, irritação nos olhos, congestão nasal e mal-estar intenso. Depois, aparecem manchas vermelhas no rosto que, em até três dias, chegam aos pés. E as complicações mais comuns são infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e também neurológicas. Em relação ao tratamento, não há um específico. Para as crianças acometidas pela doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a administração de vitamina A, com a dosagem variando de acordo com o tempo de vida da criança.