Um nu masculino feito na parede de gesso de uma antiga cozinha que pertenceu ao pintor renascentista Michelangelo está sendo negociado pelas irmãs Ilaria e Donata Sernesi. As duas são ex-proprietárias da vila que, no passado, pertenceu ao artista. O local fica nas colinas de Settignano, próximo à Florença, na Itália.
SOBRE A FAMÍLIA: A família Sernesi viveu por mais de 50 anos no local e, em 1979, retirou o mural da cozinha para que o desenho pudesse ser restaurado e exibido em exposições no Museu Metropolitan, em Nova York, e em mostras de países como Canadá, China e Japão. No último ano, as irmãs venderam a vila.
VALOR DA OBRA: Segundo relatos do The New York Times, embora a família tenha se abstido de estabelecer um valor específico para a obra, uma das irmãs Sernesi mencionou que a peça foi segurada por US$ 24 milhões quando estava em exibição no museu de Nova York. Em 2022, um esboço de Michelangelo foi leiloado por EUR 23 milhões.
SITUAÇÃO DO LOCAL ERA DE ABANDONO: Antes de a família Sernesi comprar a propriedade, a situação do local era de completo abandono, segundo as irmãs. O imóvel teve outros proprietários antes delas, mas nenhum deles havia dado importância à obra. As irmãs afirmam ainda que Giorgio Varsar, biógrafo do pintor, foi quem atribuiu a autoria da obra a Michelangelo.
MURAL DE BAIXA QUALIDADE: No entanto, Paul Joannides, especialista no artista e professor na Universidade de Cambridge, diz que, apesar dos sinais que indicam que o mural tenha sido feito pelo artista, a obra identificada como um tritão ou um sátiro é desajeitada, de baixa qualidade e com expressões faciais grosseiras.
PINTOR NÃO ESTARIA NA SUA MELHOR FASE: Especialista em renascentismo e professor na Scoula Normale, em Pisa, na Itália, Francesco Caglioti diz que, caso a obra seja realmente de Michelangelo, o pintor não estava em sua melhor fase. Isso porque ele era extremamente rigoroso e costumava destruir seus próprios trabalhos.
MINISTÉRIO DA CULTURA: Caso a peça seja vendida, o Ministério da Cultura italiano deve restringir o preço de venda da obra e comprá-la para o próprio estado. As leis italianas podem, inclusive, limitar o número de compradores.
(Com informações da FolhaPress)