A Concessionária Supervia admitiu ter autorizado a passagem de um trem sobre o corpo de um homem que tinha sido atropelado na zona Norte do Rio. O governo afirmou que os responsáveis serão punidos.
Imagens mostram o corpo sobre os trilhos e o trem se aproximando. Um homem de roupa laranja, que parece ser funcionário da Supervia, acena para o maquinista. O trem, então, avança devagar. Outro vídeo, gravado por um telespectador, registra o momento exato em que a composição passa sobre o corpo do homem.
Pelas imagens não é possível saber se antes de ser atropelado o homem já estava morto. Ele foi identificado como Adílio Cabral dos Santos e seria um vendedor ambulante. Seu corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal.
A concessionária informou, em nota, que por causa do horário de pico, autorizou a passagem do trem, mesmo com uma pessoa nos trilhos. No comunicado, a Supervia afirma que o trem tinha altura mais do que suficiente para não atingir a vítima e que, apenas a partir dessa constatação, confirmada pelos agentes, e diante do risco de um problema maior com a retenção de diversos trens, o centro de controle tomou a decisão de autorizar a passagem do trem.
A nota diz ainda que o episódio é consequência de um problema de infraestrutura causado pela falta de isolamento da malha ferroviária.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil afirmou que o incidente é uma "barbaridade", por tratar o corpo como algo descartável. A Agetransp - agência reguladora do serviço de transporte - e a Polícia Civil declararam que estão apurando o caso.