O submarino argentino ARA San Juan , que estava desaparecido há um ano e foi encontrado neste sábado , sofreu uma implosão, informou o chefe da base naval de Mar del Plata, Gabriel Attis, horas após a descoberta dos destroços.
- O submarino sofreu uma implosão. Ele é visto por completo, mas obviamente implodiu - disse Attis a repórteres.
A embarcação foi localizada no fundo do mar com o casco "totalmente deformado, desmoronado e implodido" e sem "aberturas consideráveis", disse Attis, ao ler um relatório sobre o que foi encontrado para parentes dos 44 tripulantes que estavam a bordo do submarino .
Ele também afirmou que partes da hélice estavam enterradas e remanescentes foram espalhados por um raio de 70 metros.
- Um tubo de ar de alta pressão foi detectado no fundo. Mais adiante, foram encontrados pedaços da área de livre circulação da popa. No entorno, se avistou o casco resistente em sua totalidade, desde a popa até a proa, observando que não se encontrou nenhuma parte externa ao casco ligada ao mesmo - disse ele, segundo a agência pública de notícias argentina Télam.
As autoridades anunciaram que a embarcação foi encontrada numa região de cânions (espécie de rios submarinos), 900 metros abaixo da superfície do Oceano Atlântico e a 600 km da cidade de Comodoro Rivadavia, onde foi montado o centro de operações durante a busca.
O chefe da Base Naval de Mar del Plata também indicou que "avançando em direção à proa, pudemos ver três mastros direcionados à ré, interpretando que correspondem ao periscópio de ataque, além do periscópio de observação e do mastro".
- Na proa, os tubos de torpedos foram observados sem as portas externas e a ausência dos tanques de lastro e livre circulação - descreveu. - À frente, foram identificados o tanque de embarque de torpedos, a escotilha de baterias fechadas e a guarita de mergulhadores.
Um ano de angústia
O sumiço do submarino completou um ano nesta quinta-feira. A estação perdeu o contato com o submarino ARA San Juan em 15 de novembro de 2017, quando a embarcação navegava pelo Golfo São Jorge, a 450 quilômetros da costa. Havia zarpado de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, de volta a Mar del Plata. As buscas começaram 48 horas depois. Treze países colaboraram com a operação, dificultada pelo mar revolto. A maioria se retirou antes do fim de 2017, diante da ausência de resultados.
Lançado na Alemanha em 1983 e incorporado às forças argentinas dois anos depois, o San Juan era um dos três submarinos do país. Seu processo de reparação havia sido concluído em 2014. O governo admitiu que a embarcação realizava operações de espionagem.
Um relatório confidencial da Marinha argentina, que foi revelado na semana passada pelo chefe de gabinete, Marcos Peña, em sua apresentação ao Congresso, contabilizou, pelo menos, 10 problemas técnicos de diferentes magnitudes na embarcação.