SP: Paraisópolis cria operadora de celular para atender moradores

A iniciativa vem atuando não só para vender serviços, mas também para trazer dignidade para quem mora na segunda maior favela de São Paulo.

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O desgaste que os moradores já passaram com diversas operadoras de celular vão de planos de adesão de pacotes de dados com valores fora de contexto à má qualidade de sinal dentro da quebrada. Essas falhas na prestação de serviço deram origem a Paraisópolis Celular, iniciativa que vem atuando não só para vender serviços, mas também para trazer dignidade para quem mora na segunda maior favela de São Paulo. As informações são do Quebrada Tec. 

Investir em infraestrutura de cabeamento de fibra óptica, aumentar o número de antenas de transmissão de sinal de celular e criar planos de adesão de pacotes de dados e ligações para atender a demanda dos moradores de uma favela ainda é uma realidade distante das estratégias de mercado das grandes operadoras de celular no Brasil. Mas como fica a vida dos moradores que precisam do celular para se conectar com o mundo? Uma resposta para este cenário surgiu em novembro de 2019, quando nasceu a Paraisópolis Celular, uma operadora de celular própria da segunda maior favela de São Paulo, que abriga mais de 100 mil moradores.

Léo Britto/DiCampana Foto Coletivo

O que acontece no mundo inteiro não chega aqui em Paraisópolis, como os aplicativos de bicicleta e patinete. A nossa internet aqui não é tão boa. Algumas empresas não colocam cabeamento aqui porque acham que as pessoas vão roubar . A comunidade tem o acesso aos serviços limitado, como se a gente não fizesse parte da cidade", diz Gilson Rodrigues, presidente da Associação Comercial de Paraisópolis.

Operando a quatro meses na comunidade, a operadora de celular vende  em média de 1.400 a 1.500 chips por mês. "É isso que a gente percebe para o futuro: tudo que não for possível e que a cidade tem acesso, a gente quer que a cidade informal construa, e isso que a gente tá buscando", afirma Rodrigues. A operadora atua por meio de uma parceria entre a Associação Comercial de Paraisópolis e empresa de tecnologia brasileira Dry Company.

A Dry Company fornece o suporte técnico e a estrutura tanto da rede de telefonia como do funcionamento da loja, por meio de uma rede compartilhada, que utiliza rede de outras operadoras no modelo MVNO (Mobile Virtual Network Operator ou operador móvel virtual). Já a Associação Comercial atua para construir uma boa experiência de usuário junto aos moradores, fazendo a comunicação do serviço. Um dos diferenciais do negócios é que parte da renda é destinada a projetos sociais da comunidade.

Atualmente a operação da Paraisópolis Celular é voltada somente para o pré-pago. Os planos são caracterizados para ligação em qualquer DDD ilimitado , com planos que vão de R$ 20 a R$ 75. Todos  os pacotes incluem WhatsApp ilimitado e acúmulo de benefícios –caso o cliente não use todo seu plano no mês, ele pode acumular para o mês seguinte.

Hoje a empresa tem um aplicativo para o usuário final. A operadora busca parcerias com empresas para disponibilizar  benefícios no app, como descontos em rede de farmácias e outros comércios.

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