Aconteceu na manhã desta terça-feira (28), um protesto na frente do prédio do Tribunal de Justiça do Piauí, feito por familiares de vítimas de feminicídio que estão revoltados com a soltura dos acusados de terem praticado os crimes. Em uma semana, dois acusados de assassinar mulheres foram soltos após a justiça afirmar que as prisões preventivas excederam o tempo de reclusão permitido pelo Código Processual Penal (CPC).
Paulo Alves dos Santos, apontado como autor do feminicídio da ex-namorada, a cabeleireira Aretha Dantas, em maio de 2018, foi um dos acusados solto, na última terça-feita (21). Aretha foi morta no dia 15 de maio e o acusado foi preso no dia seguinte. Paulo Neto estava preso havia 1 ano e 8 meses.
Já na segunda-feira (27), Francisco das Chagas Pinheiro dos Santos, de 51 anos, acusado de matar a esposa Marlúcia da Conceição Jacob dos Santos, 43 anos, a facadas dentro de casa no bairro Socopo, zona Leste de Teresina, no dia 4 de junho de 2019, também teve a prisão relaxada.
A decisão foi expedida pela 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina. Segundo a decisão, o código de processo penal estabelece que a prisão preventiva deve durar 90 dias, mas Francisco das Chagas já estava preso há mais de 230 dias. Os familiares das vítimas criticam a lentidão do julgamentos do processos e atos judiciais.