O Rio Ônibus, sindicato patronal, informou por volta das 10h20 desta quinta-feira (8) que o total de coletivos depredados durante paralisação de 24 horas na capital fluminense subiu para 325. A maior parte deles foi apedrejada e teve vidros quebrados. No horário, a greve afetava praticamente toda a frota da cidade do Rio de Janeiro, segundo a assessoria de imprensa do Rio Ônibus.
Rodoviários que aderiram à paralisação de 24 horas no Rio de Janeiro fazem piquetes em portas de garagens de coletivos. Os grevistas tentam convencer motoristas a não circular nesta quinta.
Uma passageira relatou à rádio Band News que, na praça da Bandeira, região central, um ônibus foi apedrejado com passageiros dentro. Não há informações sobre feridos.
O Rio Ônibus informou, por meio de nota, que concedeu 10% de reajuste salarial e 40% de aumento na cesta básica aos rodoviários do Rio em acordo firmado com o Sintraturb Rio (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus). Entretanto, apesar de o sindicato dizer que a proposta foi aprovada por ampla maioria, rodoviários decidiram promover a paralisação desta quinta-feira.
O resultado da negociação foi protocolado na Delegacia Regional do Trabalho, segundo a Rio Ônibus. Segundo o sindicato patronal, o acordo é retroativo a 1º de abril. Com a antecipação do reajuste, diz o Rio Ônibus, o aumento real será de 11,6%.
Por meio de nota, dirigentes do Sintraturb Rio, como o vice-presidente do sindicato, Sebastião José, condenaram o movimento.
? A homologação com o reajuste de 10% foi retroativa ao mês de abril. Prova disso é que os profissionais já receberam esse mês seus pagamentos com o aumento. Antes de discutir o reajuste junto aos empresários, tivemos a cautela de nos certificar das negociações em todo o País. Em Porto Alegre, por exemplo, houve paralisação de 12 dias sem que um acordo fosse fechado, o que acabou resultando em decisão do TRT [Tribunal Regional do Trabalho] local que fixou o reajuste em 7,5%, além de descontar os dias parados. Em Belo Horizonte, também houve greve, e o reajuste foi de 7%. Já Petrópolis com três dias de greve e proposta de 7% e Campos, onde os rodoviários continuam parados, quem vai dar a palavra final será o TRT. Diante deste quadro, o sindicato não poderia rejeitar uma proposta de 10% de aumento no salário e 40% na cesta básica, correndo o risco de deixar que o TRT fixasse o valor do reajuste. Todas essas ponderações foram colocadas durante a assembleia e a proposta do Rio Ônibus foi aprovada por ampla maioria.
Já o presidente do sindicato, José Carlos, vê na paralisação "atividade com fundo político". Ele aponta que há envolvidos com intenções de futuras candidaturas no Legislativo.
? Usar trabalhadores como massa de manobra para alcançar objetivos pessoais é inaceitável.