Foi-se o tempo em que para dar uma espiadinha era preciso ter um grupo de pessoas confinadas em uma casa. Quer saber qual lugar do Rio está bombando? No Big Brother da vida real, quase nada escapa do raio X do site Rio ao Vivo, sistema de monitoramento de alguns dos melhores points da cidade. O projeto foi idealizado em 2006 e colocado em prática por um grupo de quatro amigos em fevereiro.
?O projeto começou durante um período em que eu morava na Califórnia. Lá, os piers são a grande atração da cidade, pois reúnem os bons restaurantes, lojas e boates mais interessantes da região. Sempre antes de sair de casa, eu acessava um site amador e visualizava uma câmera ao vivo, que transmitia 24 horas a movimentação das pessoas. Com o meu retorno ao Brasil, pensei no rioaovivo.com com o objetivo de atender não só os cidadãos do Rio, como também brasileiros e turistas do mundo inteiro?, explicou o engenheiro Pedro Paulo Sotomayor, de 27 anos, criador do site junto com design Bruno Rodrigues, de 28 anos, o engenheiro Nilo Felix Jr., 27 anos e o empresário Philippe Rosa, 30 anos.
Points
As câmeras estão instaladas na Rua Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, no Baixo Gávea, local que reúne diversos bares na Zona Sul, na Praia do Leblon, no Posto 12, e em frente ao Hotel Debret, na Praia de Copacabana, no Posto 5. De acordo com o quarteto, os locais foram escolhidos através de enquetes e como as câmeras não estão em locais públicos, não é necessária permissão da Prefeitura.
?A seleção dos lugares foi feita através dos resultados de pesquisas realizadas pela equipe. O Rio ao Vivo atende a vontade dos próprios usuários. Desenvolvemos enquetes de tempo em tempo com o objetivo de identificar os locais mais atraentes para o público. A enquete atual indica que os locais mais votados são Arpoador, Praia do Pepê, na Barra, e Lapa. Existem ainda planos de expansão para outras regiões. O Rio ao Vivo está em constante desenvolvimento, não só pelo plano de instalação de novas câmeras como pelo lançamento do aplicativo e adesão de novas metrópoles?, afirmou Sotomayor.
Divulgação
Os números têm provado que o carioca está curtindo participar da festa como telespectador. De acordo com Bruno Rodrigues, os picos de acesso são as noites de comemoração em finais de campeonato de futebol, a chegada dos caminhões de cerveja que abastecem os bares e um alagamento no Baixo Gávea provocado por uma forte chuva no início do ano. De acordo com ele, a principal fonte de divulgação do Rio ao Vivo são as mídias sociais.
?Atingimos mais de 11.000 usuários no Facebook e uma base de fotos com mais de 4.500 de usuários do Instagram com hashtag #rioaovivo. Ações de marketing de guerrilha, investimento direcionado em mídias sociais e parcerias comerciais com outras empresas estão entre as próximas atividades a serem implementadas no plano de marketing de 2014?, explicou.
Lucro
Nilo Félix Jr. explica que o site oferece a instalação e gerenciamento da câmera para alguns estabelecimentos. Com isso, o cliente faz a divulgação da marca na base de usuários do Rio ao Vivo, que tem aproximadamente 4.000 acessos diários. Os donos dos estabelecimentos interagem com o público através de sorteios e promoções.
?A base de lucro vem de três formas: vendas de espaços para anunciantes de banners, patrocínio de câmeras e franquias para outras cidades. Estamos em negociação para expandir para Brasília. Além disso, estamos procurando espaço em São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis.?
Com a proximidade do verão, os amigos acreditam que o número de acessos vai aumentar. Philippe Rosa explicou que as câmeras são configuradas para restabelecer o serviço automaticamente no caso de interrupção de energia elétrica e/ou sinal de internet.
?Temos acesso remoto das câmeras para fazer qualquer ajuste. Basicamente só precisamos visitar as ilhas para a instalação de novas câmeras ou alteração do ângulo de visão. Sem dúvida esperamos que os acessos aumentem no verão. Além dos locais ficarem mais cheios, estão chegando momentos de festa e muita movimentação. Especialmente durante o réveillon e carnaval. Esperamos ter picos de acessos, principalmente nas câmeras de Copacabana e Gávea?, concluiu.