Os deputados federais Silas Freire ( PR-PI), Clarissa Garotinho (PR-RJ) e Zenaide Maia (PR-RN) estão respondendo disciplinarmente dentro do Partido da República por não concordarem com a PEC 241, que trata do teto dos gastos públicos. Isto acontece porque, o partido havia fechado questão de que todos os seus membros tinham que votar favorável à proposta que foi levada para apreciação na Câmara por duas vezes e aprovada na noite desta terça-feira (25) por 359 votos favoráveis contra 116 contrários.
O deputado Silas Freire se absteve na primeira votação por ter esperanças de que houvesse um acordo com o governo em um dos destaques, seria a retirada da educação e da saúde do congelamento de gastos. Mas como isso não aconteceu, o parlamentar votou contra a PEC 241 na segunda votação , mesmo enfrentando processo disciplinar dentro do partido por conta de sua anterior abstenção, o que lhe custou a suspensão de sua participação em todas as comissões técnicas da Casa indicadas pelo partido.
Silas Freire é um deputado de comprovada atuação e participação nas Comissões de Segurança Pública e Crime Organizado, Seguridade Social e Família e Viação e Transportes. Ao lado das duas deputadas, Silas teve o nome suspenso das atividades das Comissões até que se julgue o mérito da infração dentro da comissão de ética partidária que deve acontecer até o dia 15 de novembro.
Os parlamentares terão direito à ampla defesa de seus posicionamentos e posteriormente a Comissão de ética partidária pode decidir por uma advertência, manutenção da suspensão das comissões técnicas ou até a expulsão do partido.
"Votei com a consciência e com tranquilidade, acho que o país precisa fazer alguns ajustes mas não de tanto tempo, não por 20 anos e não em áreas cruciais como educação e saúde. Na primeira votação me abstive para não afrontar a determinação do partido e esperando que pudesse ser construído um acordo com o governo para a retirada da educação e saúde. Isso não acontecendo, resolvi não colocar as minhas digitais numa PEC que é necessária mas muito arriscada. Nós não sentiremos as consequências no ano de 2017 e 2018, mas a partir daí quem não tem plano de saúde e precisar do SUS pode estar fadado a chegar aos limites de gastos e a voltar para a indigência que vivíamos antes da constituição. ", declarou Silas.
Apesar da aprovacão da PEC, Silas Freire afirma que torce para que ela dê certo , "Não é por eu ser contrário a esta idéia que vou ficar torcendo contra ela e para que aconteça o caos e assim eu possa mostrar que estava correto".
O parlamentar ainda explica as outras saídas que , para ele, poderiam ser uma alternativa , " Eu votei com o povo e não coloquei minhas digitais numa PEC que preserva o dinheiro para o pagamento de juros da dívida pública. Eu acredito que uma auditoria da própria dívida pública seria uma alternativa melhor, além da taxação das grandes fortunas e da revisão da isenção de tributos a empresas no Brasil, que gira em torno de 300 bilhões de reais. Tudo isso seria muito melhor que arriscar a vida do brasileiro na saúde e o futuro do brasileiro na educação.", destacou ele.
Sobre o futuro, Silas revela que aguarda a posição do PR e espera que o partido compreenda seu posicionamento , "Vou responder no meu partido, mas quero continuar nele porque gosto do meu partido. Mas se esse for o preço por não ser a favor de arriscar a saúde e educação do nosso povo, que a mim confiou quase 80 mil votos, pagarei por ele. Já recebi alguns convites de algumas siglas partidárias a nível nacional e estadual, inclusive para comandar uma sigla no Piauí, mas prefiro não comentar agora, até porque acredito que o PR não nos punirá com a expulsão, mas se isso acontecer, sairei grato e de cabeça erguida.", finaliza Silas Freire.