A Serra da Capivara, situada no sudeste do Piauí, ganhou uma réplica da Torre Eiffel. A estrutura de metal pintado na cor vermelha tem 6 metros de altura e foi estrategicamente posicionada perto da Pedra Furada, um dos principais pontos turísticos e cartão postal do Parque.
A Torre Eiffel do Piauí faz parte da ornamentação da quarta edição da Ópera da Serra da Capivara, que irá homenagear a trajetória da arqueóloga franco-brasileira, Niède Guidón, responsável por consolidar o sudeste do Piauí no mapa dos principais sítios arqueológicos do mundo e ajudar a contar e preservar a história da chegada do homem às Américas.
Filha de pai francês e mãe brasileira, Niède nasceu em Jaú, no interior de São Paulo. Ela se formou em História Natural pela USP, em 1959, e fez doutorado em pré-história na Sorbonne, em Paris, onde passou cerca de dez anos antes de retornar ao Brasil.
Para contar parte da história de vida da arqueóloga, também serão inseridos elementos cênicos, imagens produzidas por inteligência artificial que recriam a atmosfera de Paris, trilha sonora com músicas francesas como "Non, je ne regrette rien" e danças típicas.
Tem início hoje (26) a 4ª edição da Ópera da Serra da Capivara. O evento retorna após dois anos de pausa devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19. A Pedra Furada, no Parque Nacional Serra da Capivara, e a Praça do Abrigo, em São Raimundo Nonato, serão os palcos do espetáculo.
Este ano somam-se às atrações Roberta Sá, Dona Onete, Cordel do Fogo Encantado, Cátia de França, Ostiga Júnior e o DJ Gil Preto, à programação diversa da Ópera – um espetáculo multissensorial que reúne música, dança, teatro e iluminação artística, combinados com shows de artistas brasileiros e discotecagem moderna, que conferem à noite sertaneja ritmos, tons e sotaques de diferentes lugares do Brasil.
O Parque Nacional Serra da Capivara foi criado em 1979, para preservar vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul. Sua demarcação foi concluída em 1990 e o parque é subordinado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Por sua importância, a Unesco o inscreveu na Lista do Patrimônio Mundial em 13 de dezembro de 1991, e também na Lista Indicativa brasileira como patrimônio misto. Em 1993, o Parque passou a constar do Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, do Iphan. Na área tombada foram localizados cerca de 400 sítios arqueológicos. A maioria deles contém painéis de pinturas e gravuras rupestres de grande valor estético e arqueológico. A área faz parte de um dos 63 parques nacionais do Brasil e está entre as dez que protege a caatinga, sendo constituída de quase 40% da caatinga protegida no país.