O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi condenado a mais 33 anos, 3 meses e 13 dias de prisão. É a 12ª condenação dele na Lava Jato. Somadas, as penas chegam a 267 anos.
Esta denúncia trata de recebimento de propina da Odebrecht, no valor de US$ 3 milhões. A acusação diz que Cabral recebeu o valor através de uma empresa de fachada no exterior, em troca de benefícios à empreiteira nas obras realizadas pelo poder público.
Em nota, o ex-governador informou que vai recorrer e que vai manter a "postura de auxiliar as autoridades".
Nesta ação penal, segundo o advogado Márcio Delambert, Cabral não chegou a ser reinterrogado e ainda era atendido por outro advogado. Até então, ele não havia confessado o recebimento de propina.
Versão 'fantasiosa'
Na sentença condenatória, o juiz Marcelo Bretas assinala que a versão de Cabral era "fantasiosa" por dizer que os valores recebidos eram para caixa dois.
"A defesa desse acusado apresenta a fantasiosa tese de que os milhões de reais que recolhia, através de outros membros da organização criminosa montada, seriam apenas 'doações de campanha', e não propinas decorrentes de acordos espúrios firmados entre um governador de estado corrupto e empresas interessadas em contratar com o governo estadual", escreve.
No processo, foram condenados também o ex-secretário Wilson Carlos (18 anos e 4 meses) e Sérgio Castro de Oliveira, o Serjão, apontado como seu operador financeiro (7 anos e 6 meses de reclusão).
A defesa de Wilson Carlos disse que não vai se manifestar. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Sérgio Castro de Oliveira.
Outros denunciados
Também eram réus neste processo Carlos Miranda, outro operador do esquema chefiado por Cabral, e os irmãos doleiros Marcelo e Renato Chebar. Mas o processo contra eles foi suspenso em razão dos acordos de delação premiada celebrados com o Ministério Público Federal.
Também foram denunciados os doleiros Vinicius Claret, conhecido como Juca Bala, e Claudio de Souza, também chamado de "Tony" e "Peter", e Timothy Scorah Lynn, que atuava como procurador de offshores criadas pela Odebrecht.
O processo contra eles foi desmembrado porque, na época de denúncia, eles estavam no exterior.