Sem saco plástico, morte de garota de 11 anos segue em mistério há meses

A menina morreu no dia oito de março no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio

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O drama da família de Thaiza Michele Silva Casseres, de 11 anos, já dura sete meses e a morte da criança ainda é um mistério. A menina morreu no dia oito de março no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e o corpo foi levado ao Instituto Médico Legal de Campo Grande. No entanto, dois exames (toxicológico e sorológico) não foram feitos por falta de recipientes na unidade da Polícia Civil. No laudo da necropsia, o perito afirmou que o sangue e as vísceras da vítima não foram colhidos porque "não havia vidro nem saco plástico apropriados".

"Ninguém morre de susto. A família quer saber o que aconteceu", reclamou Maria Rodrigues Silva, mãe da criança. Três dias antes de morrer, Thaiza foi atendida no Hospital Pedro II com febre. No dia 8 de março, a menina deu entrada na Clínica da Família Sérgio Arouca, em Santa Cruz, com febre e dor de cabeça. Na unidade, ela vomitou sangue e a suspeita de dengue foi levantada. Thaiza recebeu soro com plasil e dipirona e voltou para casa. À noite, foi levada ao Hospital Pedro II, mas morreu antes de ser atendida.

O inquérito sobre a morte repentina está até hoje na delegacia de Santa Cruz, onde o caso foi registrado. "A gente quer saber por que a menina morreu. Ela tinha muita saúde, muita vida pela frente. O sentimento é de impotência", lamentou Ailza Cassares Guimarães, madrinha da Thaiza. No laudo do Instituto Médico Legal, emitido no dia 15 de março, a causa da morte não foi revelada. "Depende de exames complementares", afirmou o perito que analisou o corpo.

O caso é muito grave e espanta, afirma perito

Perito e professor da Unicamp, Ricardo Molina ficou surpreso com o caso. "O que mais espanta é que o material não foi colhido porque não havia recipiente. O saco plástico e o vidro esterilizados são comprados até em farmácia", explicou. "O exame poderia revelar se a pessoa tomou algum tipo de veneno, se foi intoxicada por um tipo de produto. Se ela morreu de dengue, certamente os exames toxicológico e sorológico dariam resposta definitiva sobre isso", completou.

A Polícia Civil informou, em nota, que não tem informações de falta de recipientes apropriados para coleta de material no Instituto Médico Legal de Campo Grande. De acordo com a instituição, exames complementares ainda vão ser feitos no IML do Centro do Rio e o resultado será encaminhado, na semana que vem, à unidade da Zona Oeste para a conclusão da causa da morte. A Polícia Civil não explicou, no entanto, por que o caso não foi solucionado após sete meses.

Leia a nota da Polícia Civil:

"Os exames histopatológicos das vísceras de Thaiza Michele Silva Casseres, de 11 anos (exames complementares) serão realizados no IML/Centro que encaminha, na próxima semana, o resultado para a perícia do IML/Campo Grande, para a conclusão do laudo da causa mortis. Não há informações de falta de material apropriado para a coleta de material para necropsia no IML/Campo Grande".

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