Sem negociação, bancários podem deflagrar greve em Teresina

Manifestações estão agendadas para o decorrer da semana. A categoria bancária exige aumento real, PLR e vales alimentação e refeição maiores e mais direitos.

Cartaz da categoria bancária que está em Campanha Salarial | Reprodução
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Nesta quarta-feira (28), o Sindicato dos Bancários do Piauí realizará uma manifestação, na praça Rio Branco, Centro de Teresina, a partir das 8h30, para informar à população sobre o andamento das negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). De acordo com o diretor de Imprensa do SEEBF/PI, Luiz do Monte Torres Filho, também vão alertar sobre uma possível 'greve' da categoria bancária. 

Manifestações estão agendadas para o decorrer da semana. A categoria bancária exige aumento real, PLR e vales alimentação e refeição maiores e mais direitos.

O Comando Nacional dos Bancários retoma as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nesta terça-feira (27), e as discussões continuarão até sexta-feira (30). O objetivo é renovar a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, garantindo que as reivindicações dos trabalhadores sejam respeitadas pelos bancos.

Nesta semana, a categoria também intensificará os protestos em agências, departamentos e redes sociais, incentivando o uso da hashtag #MerecemosRespeito, sempre marcando a Febraban (@febraban_oficial no Instagram e @Febraban no X).

"Merecemos respeito! 

Os lucros exorbitantes do setor bancário são fruto do trabalho das bancárias e bancários! Ainda assim, na última mesa de negociações, as empresas apresentaram uma proposta vergonhosa de reajuste salarial, com perda real de 0,57%", afirmou Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Dados do Setor

  • Em 2023, os bancos no Brasil lucraram R$ 145 bilhões, já descontados impostos, provisões, e despesas com funcionários e equipamentos.
  • No 1º semestre de 2024, os cinco maiores bancos do país registraram um lucro de R$ 60 bilhões, representando um aumento de 15% em comparação ao mesmo período de 2023.
  • No Brasil, os bancos têm um rendimento médio de 15% ao ano acima da inflação. Para efeito de comparação, os bancos nos EUA têm uma rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10%, e na Inglaterra 9%.
  • Apesar de representarem apenas 10% das instituições financeiras do Brasil, os bancos respondem por 71% do lucro produzido no setor financeiro, além de deterem 82% do mercado de crédito do país e 81% dos ativos do mercado financeiro brasileiro.
  • Por outro lado, em 2023, os bancos tradicionais fecharam mais de 2 mil postos de trabalho, enquanto o restante do sistema financeiro apresentou aumento de empregos.

Reivindicações da Categoria

  • Reajuste salarial que cubra a reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido de um aumento real de 5%;
  • Melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
  • Melhoria nas demais verbas, incluindo tickets de alimentação, refeição, auxílio-creche e auxílio-babá.

Os trabalhadores também demandam:

  • Fim da gestão por metas abusivas, que tem causado adoecimento na categoria;
  • Reforço nos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual;
  • Direito à desconexão fora do horário de trabalho;
  • Direitos para pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;
  • Suporte para pais e mães de filhos com deficiência;
  • Mais mulheres na área de TI;
  • Combate à terceirização e garantia de empregos;
  • Jornada de trabalho de quatro dias;
  • Ampliação do teletrabalho.

Direitos, não Benefícios

"Todas as conquistas dos bancários, já incluídas na CCT, são inovações que não têm previsão legal, como as mesas permanentes sobre saúde, segurança e igualdade de oportunidades, 13º auxílio-alimentação, auxílio para trabalhadores com filhos com deficiência, complementação de auxílio previdenciário, entre outras. Esses são direitos conquistados, não benefícios oferecidos pelos bancos que agora querem retirá-los. Não permitiremos! Além de justos, porque a categoria é diretamente responsável pelos lucros dos bancos, esses direitos servem de modelo para outras categorias e apontam para uma sociedade mais inclusiva e menos concentradora de renda", destacou Juvandia Moreira.

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