Recebendo seus salários, os professores em greve da Universidade Federal do Piauí decidiram manter o movimento que dura quase 100 dias em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (21). O Governo Federal já encerrou as negociações após propor um reajuste de até 45%, insuficiente para os sindicalistas que representam quase 1,5 mil docentes da UFPI.
?Estamos lutando por uma carreira, por condições de trabalho e por aposentadoria?, disse ao Meio Norte.com Alexis Leite, um dos líderes da ADUFPI, entidade que representa a categoria.
Em entrevista na semana passada, o reitor da instituição, Luiz de Sousa Júnior, cobrou uma solução para o impasse e questionou se a população apoia uma greve em que os alunos são prejudicados e os professores continuam recebendo os salários. ?Se nós temos o apoio da população? Temos o nosso apoio?, disse Alexis Leite.
Procurada, a assessoria de Comunicação informou que a UFPI não vai se manifestar sobre a continuidade da paralisação. Sobre o novo calendário, ninguém foi encontrado para se posicionar a respeito, mas o Ministério da Educação acredita que o ano letivo só vai acabar em fevereiro de 2013.
O Meio Norte.com ouviu casos em que professores estariam aproveitando o período de greve para viajar. ?A greve não é férias. Muitos professores são de outros estados e têm direito de viajar?, opinou Leite. Segundo ele, a categoria vai pressionar agora o Congresso, uma vez que o Governo Federal tem até o dia 31 para enviar aos parlamentares o Orçamento da União, que deve conter o reajuste dos servidores.