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Sem aval, Mounjaro é vendido ilegalmente em clínicas do Piauí e Maranhão

Anvisa afirma que venda só pode ser feita por farmácias. Fabricante alerta para riscos 'potencialmente fatais'.

Sem aval, Mounjaro é vendido ilegalmente em clínicas do Piauí e Maranhão | Foto: Reprodução
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Mesmo antes da chegada oficial às farmácias, clínicas de estética no Piauí e no Maranhão já vendem o Mounjaro de forma irregular, por dose fracionada e sem receita médica. Anúncios são feitos por redes sociais e WhatsApp, com promessas de bioimpedância grátis e consultas com profissionais não médicos. 

De acordo as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), há um combo de irregularidades:

  • apenas farmácias e drogarias podem vender o medicamento;
  • o Mounjaro não pode ser vendido por dose, porque a embalagem registrada na Anvisa não é fracionável;
  • o medicamento só pode ser vendido com receita e apenas médicos podem prescrever.

A clínica de Teresina justificou, ao portal g1, que as informações referiam-se ao "convite para uma consulta e a propaganda da tirzepatida, caso tenha indicação médica do Mounjaro, quando estiver disponível para liberação pelos órgãos de controle".  

Fabricante denuncia venda ilegal

Em carta aberta, a Eli Lilly alertou que nenhuma venda do Mounjaro é legal no Brasil até o lançamento oficial, e que versões falsificadas ou manipuladas podem ser perigosas. Autorizado pela Anvisa apenas para diabetes tipo 2, o remédio ainda aguarda liberação para uso no emagrecimento, embora médicos possam prescrevê-lo com essa finalidade, avaliando os riscos e benefícios. 

“Esses produtos podem ser falsos ou estão sendo ‘revendidos’ por indivíduos que os obtiveram por outros meios”, diz o comunicado. 

Medicamento entra ilegalmente no Brasil

A Eli Lilly, única fornecedora legal do Mounjaro, afirma que não distribui o produto para farmácias de manipulação, spas ou vendas online. Em 2025, o contrabando aumentou: a Receita Federal apreendeu R$ 1,2 milhão em canetas no 1º trimestre, 74% mais que em todo 2024. A Polícia Federal recolheu 1.313 unidades em 12 meses, sendo 1.079 só este ano. 

A Anvisa determinou que, a partir de julho, a receita de canetas emagrecedoras como o Mounjaro deverá ser retida. A medida foi motivada por 51 notificações de efeitos adversos relacionados à tirzepatida até março de 2025.

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