Sem acordo, motoristas ameaçam nova greve de ônibus em Teresina

A manifestação ocorre em virtude do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setut) não ter assinado a convenção coletiva da categoria.

paralisação | Raíssa Morais
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Os motoristas e cobradores do transporte público de Teresina voltaram a circular na manhã desta quinta-feira (21/10), após a paralisação que iniciou às 7h30 na Praça Saraiva e na Praça da Bandeira, no Centro de Teresina. Os veículos ficaram enfileirados e comprometeram o trânsito da avenida Frei Serafim e de ruas próximas. 

A manifestação ocorre em virtude do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setut) não ter assinado a convenção coletiva da categoria, que ameaça parar por tempo indeterminado.

Paralisação dos õnibus em Teresina (Foto: Raissa Morais)

Agora, os trabalhadores do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário da Capital (Sintetro) ameaçam realizar uma greve geral caso o documento que prevê a regularização do salário dos trabalhadores e ticket de alimentação não seja assinado. 

Welson Leite, motorista e vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro-PI), informou ao meionorte.com que a categoria planeja uma greve com o intuito de pressionar um acordo com as empresas responsáveis pelos coletivos que circulam na capital. 

"Sem a convenção coletiva, não tem conversa e quem tem fome, tem pressa. Caso não assinem esta semana, nós vamos cruzar os braços e assistir o que vai acontecer. O nosso salário não está normal, são diárias. Estamos fazendo manifestações, mas já podemos dizer que vamos entrar em greve", declarou.

Naiara Morais, consultora jurídica do Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Teresina (Setut), disse que a data base para a assinatura da convenção coletiva dos trabalhadores ocorre no mês de janeiro e que seria preciso esperar até 2022 para discutir a questão.

Segundo Welson Leite, há ausência de uma conduta decisiva para assinatura do termo. "Não tem condições de um trabalhador sobreviver dessa forma. Na última reunião entre o Setut e a Procuradoria Geral do Município, até falaram sobre a assinatura, mas não nos envolveram, eles só falam em prazos", conta.

Motoristas ameaçam realizar uma greve geral caso documento não seja assinado - Foto: Raíssa Morais

Profissionais dos coletivos apontam queas diárias oferecidas como forma de pagamento ferem os direitos dos trabalhadores. Aldir Sá de Brito, trabalha há quase trinta anos como motorista de ônibus e expressa sua revolta "Nós estamos reivindicando nossa convenção, pois nosso pagamento está sendo feito por diária e não estamos recebendo um salário de verdade. Ganho R$ 64 reais por dia e no último mês recebi R$ 1.300, ou seja, perdi R$ 500 reais do meu verdadeiro salário", completa.

Evaldo Pereira da Silva, cobrador de ônibus, relata que está vivendo uma das piores situações no emprego."Eu trabalhei 22 dias e só ganhei R$ 432 reais, não deu um salário mínimo. Eu só peço a assinatura da convenção, nada mais do que isso, quero ter um trabalho digno".

PARALISAÇÃO FOI ANUNCIADA ONTEM

O Sindicato dos Trabalhadores Em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (SINTETRO) convocou os servidores para se reunirem a partir das 5 horas da manhã na sede do sindicato, para dar início às deliberações do movimento. 

A paralisação foi acordada entre a categoria durante assembleia realizada na semana passada. Em entrevista ao Meionorte.com, Miguel Arcanjo, Secretário de Comunicação do SINTETRO, explicou que o ato busca a assinatura da convenção coletiva 2022, onde prevê alguns direitos dos servidores, como auxílio-alimentação e plano de saúde.

Sintetro explica que ato busca assinatura da convenção coletiva - Foto: Raíssa Morais

“A gente fez uma assembleia na semana passada e foi definido que a gente pararia na segunda-feira passada. A prefeitura entrou em contato com o Sintetro na sexta e pediu para que a gente suspendesse essa paralisação e solicitou um prazo de 72 horas, para analisar qual seria o impacto dessa convenção nas finanças das empresas e como a prefeitura poderia ajudar”, disse. 

No entanto, segundo Miguel Arcanjo, o Sintetro não foi procurado pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT)  e nem pela Procuradoria Geral Do Município (PGM), expirando o prazo estipulado de 72 horas. Com isso, a categoria decidiu realizar um novo protesto.

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