‘O Hobbit – A Desolação de Smaug’, o segundo da trilogia, é uma coleção de bons momentos

A Desolação de Smaug” alterna entre o sombrio e o solar, amparado em impecável direção de arte.

O hobbit Bilbo Bolseiro ( Martin Freeman), recomendado pelo mago Gandalf (Ian McKellen) | Divulgação
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Com o sucesso da trilogia O Senhor dos Anéis (17 Oscar entre 2002 e 2004, três bilhões de dólares na bilheteria depois), o cineasta Peter Jackson, oriundo do cinema Z neozelandês, talvez embevecido pelo próprio êxito, decidiu dirigir um cinema mais popular (o chatíssimo King Kong e o ?drama espírita? Um Olhar do Paraíso) e produzir outros longas (Distrito 9, As Aventuras de TinTim). Entrincheirado na montanha de dinheiro e prestígio de que dispõe, decidiu levar às telas o romance O Hobbit (do inglês J.R.R. Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis), divido em três filmes.

Cronologicamente e narrativamente, eles antecedem os filmes de O Senhor dos Anéis e financeiramente já custam o dobro. O resultado em bilheterias do primeiro (O Hobbit ? Uma Jornada Inesperada, 2012) ultrapassou U$ 1 bilhão. Por isso chegamos a segunda parte, O Hobbit ? A Desolação de Smaug (The Hobbit ? The Desolation of Smaug, 2013).

Jackson, tal e qual muitos de seus contemporâneos, vive de momentos. Dentro de seus filmes há uma boa meia dúzia desses momentos, rejuntados à força por pequenos interlúdios de moral, coragem, dúvida e medo. ?A Desolação de Smaug? alterna entre o sombrio e o solar, amparado em impecável direção de arte. Embora a gramática de Jackson seja esquálida, a parte II de sua nova Trilogia é uma inescusável e divertida aventura capa-espada, disfarçada pela mitologia de Tolkien.

O hobbit Bilbo Bolseiro (um pálido Martin Freeman), recomendado pelo mago Gandalf (Ian McKellen), junta-se ao pequeno exército de anões de um rei caído (Richard Armitage, canastríssimo) que deseja recuperar seu trono. Todos os penduricalhos mitológicos, nomes de terras distantes e povos de línguas estranhas, (orcs e elfos, por exemplo) são exatamente isso, meros enfeites narrativos. Despido deles, essa segunda parte é só uma jornada heróica inconclusa que prepara o terreno para o terceiro filme, com estréia prevista para dezembro de 2014. Uma boa coleção de momentos. E só.

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