O número de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência no Piauí saltou de 17% para 27%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados esta semana. Esse aumento de 10%, no entanto não é consenso entre as autoridades que desenvolvem um trabalho voltado para a pessoa com deficiência, no Piauí.
O secretário estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência (SEID), Elder Jacobina, discorda desse aumento expressivo e diz que o IBGE considerou vários tipos de deficiência de forma muito ampla. ?No caso da deficiência visual por exemplo, eles consideraram como deficientes pessoas com algum tipo de dificuldade. Se uma pessoa usa óculos, ela tem algum tipo de dificuldade, mas não é por isso que ela pode ser classificada como deficiente?, disse o secretário.
Para ele, o IBGE considerou como deficiência coisas que não são consideradas pelo decreto 5296/2004 que trata do assunto. ?Esse aumento percebido no Piauí também foi percebido em outros estados. Mas se formos analisar a deficiência física no Piauí de acordo com o decreto 5296/2004 esse aumento não seria tão expressivo. Mas reconhecemos que houve um aumento, não vamos desprezar esses números, e vamos trabalhar em cima disso?, pontuou.
Esse aumento, segundo o secretário pode ser explicado pelo alto número de acidentes que têm resultado cada vez mais em uma ?geração? de pessoas com alguma deficiência e ainda pelo acidente vascular cerebral. ?Esses são casos que tem contribuído para esse aumento, infelizmente. Mas vamos trabalhar tanto para dar uma melhor assistência para estas pessoas, como para evitar que isso aconteça. Nós temos esse compromisso e vamos continuar com nosso trabalho?, disse.
A pesquisa do IBGE aponta que 7.559 piauienses (0,24% do total) não conseguem ver de modo algum; 138.672 têm grande dificuldade de ver (4,69% do total); e 556.525 têm alguma dificuldade de ver. O levantamento mostra ainda que 4 730 piauienses não conseguem ouvir de algum modo; 37.474 têm grande dificuldade; e 143.771 têm alguma dificuldade de ouvir. Os que não conseguem andar de algum modo são 12. 310 piauienses; 69.335 têm grande dificuldades de locomoção; e 160.040 têm algum tipo de dificuldade para se locomover.