A seca no Nordeste avança sobre áreas urbanas e afeta o abastecimento de água em pelo menos 182 cidades de 1.794 da região, inclusive em áreas metropolitanas. Com chuvas escassas há mais de um ano, pelo menos 157 cidades enfrentam racionamento e 25 tiveram drástica redução da capacidade dos seus mananciais.
Maceió (AL) é a primeira capital a sofrer com o rodízio, que atinge cinco bairros da parte alta da cidade desde o final de novembro. Cerca de 200 mil pessoas, ou 20% da população, recebem água em dias alternados.
Segundo o presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas, Álvaro Menezes, o reservatório que atende 25% da demanda da área está operando muito abaixo da sua capacidade. "O racionamento é uma medida preventiva para evitar o colapso."
Além de Maceió, três municípios da região metropolitana estão sem água: Satuba, Coqueiro Seco e Santa Luzia do Norte. As cidades recorrem hoje a carros-pipa.
Além dessas quatro cidades alagoanas, outras 35, todas no interior, estão em situação de emergência.
Em Pernambuco, ao todo, 116 municípios encontram-se em estado de emergência.
A situação é preocupante na região metropolitana.
"Se não chover nos próximos três meses teremos que diminuir a produção para evitar o colapso", afirma o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento, Roberto Tavares.
Na Bahia, 253 municípios dos 417 tiveram a situação de emergência reconhecida pela União e 74 cidades enfrentam racionamento.
Segundo meteorologistas, não há previsão de melhora para os próximos meses.
Até fevereiro, as chuvas ficarão abaixo da média, exceto no sul da Bahia, diz o coordenador do Instituto Nacional de Meteorologia de Recife, Raimundo dos Anjos.