A seca, que já causou prejuízos à economia do Piauí, começa a gerar efeitos devastadores no mercado de trabalho com carteira assinada na região de Picos. O coordenador da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), Antônio Leopoldino, Sitonho, disse na quinta-feira que a entidade já demitiu 50% dos funcionários por causa da seca.
Na Casa Apis, que atende cerca de 1150 apicultores espalhados por 34 municípios da região, a situação atingiu um nível crítico. ?Devido à seca, foi necessário dispensar 50% dos funcionários. Essa é uma mão de obra qualificada que precisou se realocar em outros empregos. Isso é muito triste porque passamos anos qualificando essas pessoas e agora tivemos de demiti-las. E quando voltar a demanda, não teremos como readmiti-las, já que não vão deixar seus novos empregos?, falou Sitonho.
Em 2012, a Casa Apis foi responsável pela produção de 700 toneladas de mel. Para este ano deverá produzir apenas 150 toneladas do produto, apenas 20% do esperado para o ano. ?É uma situação difícil. A estiagem atinge do produtor familiar ao exportador, pois sem produção, não há matéria-prima para vender?, lamenta.
Com a falta do mel, investidores em potencial somem sem deixar rastros. A necessidade de fornecimento continuo para abastecer o mercado exterior faz que empresários estrangeiros excluam o Piauí da lista de parceiros, já que a produção de mel é afetada em algumas épocas do ano. ?No início da semana, dois investidores americanos realizaram uma auditoria na cidade de Picos e se interessaram muito pelo nosso produto, mas não fecharam contrato porque não temos condições de fornecer durante todos os meses do ano?, explica Sitonho. O coordenador explica que no momento a ordem é priorizar o mercado interno.