Preso na Espanha com 39 kg de cocaína em voo da Força Aérea Brasileira (FAB), o segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues não demonstra ter uma vida de ostentação e devia, até o início do mês, inclusive o condomínio. Pagou o débito, de R$ 1.381,25, referentes a três parcelas do condomínio de um apartamento em Taguatinga, depois de ter sido cobrado judicialmente. Nessa quinta-feira (27/6), a Aeronáutica informou que a investigação sobre tráfico de drogas correrá sob sigilo.
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Rodrigues, que é comissário de bordo, fazia parte da comitiva de 21 militares que acompanha a viagem de Bolsonaro ao Japão. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em que estava o militar é usado como reserva da aeronave presidencial e, portanto, esta comitiva não fazia parte do mesmo voo que transportou o presidente. A droga foi encontrada em sua bagagem ao desembarcar em Sevilha, na Espanha, primeira etapa da viagem.
O imóvel de Rodrigues fica num condomínio com piscina e salão de festa, a cerca de 30 km do Palácio do Planalto. O apartamento está ocupado, mas os funcionários do prédio não disseram se o sargento vive no local.
O preço de uma propriedade no condomínio varia de R$ 150 mil a 210 mil (há opções de 2 e 3 quartos), e alugueis vão de R$ 1 mil a R$ 1,6 mil, de acordo com condôminos ouvidos pelo Estado. Nenhum deles disse conhecer o militar.
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Conforme informações do Portal da Transparência, Rodrigues recebe, atualmente, salário bruto de R$ 7.298,10. Segundo estimativas de preços disponíveis em relatório do Escritório para Drogas e Crime da Organização das Nações Unidas (Unodoc), os 39 kg de cocaína encontrados na mala do sargento poderiam render cerca de R$ 5,8 milhões.
Além do imóvel em Taguatinga, o sargento seria proprietário de um apartamento na Asa Sul, em Brasília, onde hoje vivem a ex-mulher e dois filhos. Segundo vizinhos, ele já não mora no local há cerca de dois anos. Segundo moradores do prédio, Rodrigues é uma pessoa simples, calada, que não aparenta sinais exteriores de riqueza e costuma andar de moto, não com carrões importados. Eles se disseram surpresos com a notícia da prisão por tráfico de drogas. Uma moradora arriscou que o segundo-sargento poderia ter caído em "tentação". O vice-presidente Hamilton Mourão o chamou de "mula qualificada".
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