Nas bombas, o preço do combustível está nas alturas. Nos postos com preços mais atrativos, o preço da gasolina é R$ 6,20, mas há estabelecimentos que chegam a praticar R$ 6,79 na aditivada. A alta nos preços dos combustíveis tem feito muitos motoristas de aplicativo a desistir de trabalhar no ramo, antes considerado bastante atrativo.
Quem ainda não desistiu, conta a dificuldade. O motorista Wagner Lima, um dos diretores da Associação dos Motoristas Autônomos para Transportes Privado de Passageiros no Piauí - AMATEPI, trabalha de 7h às 17h30 e fatura R$ 200,00 por dia. Desse valor, metade vai para a gasolina. “Gasto mais R$ 15 reais de almoço e o que sobra é muito pouco”, diz.
Mas não é só o preço da gasolina que tem afastado os motoristas de aplicativo. As tarifas não são reajustadas desde de 2015, deixando a margem de lucro para quem trabalha cada vez menor. “ Além da despesa do combustível, temos que pagar a prestação do carro, o seguro, a manutenção e o rastreador”, diz Wagner.
Leonardo Soares foi um dos que desistiu. Ele pagava quase mil reais de prestação do carro, além do seguro. “Quando você calcula tudo o que gasta com a manutenção do carro e o preço do combustível, constata que não dá pra sobreviver disso”, afirma.
A situação é ainda pior para quem aluga o veículo para trabalhar como motorista de aplicativo. O valor do aluguel gira em torno de R$ 500 por semana em Teresina. “ Quem trabalha com carro de aluguel não está conseguindo ter nenhum lucro”,afirma Wagner.
Mas não é só os motoristas de aplicativo de Teresina que sofrem com o preço da gasolina. A Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp) estima que 25% dos motoristas abandonaram as plataformas desde o início de 2020. O motivo, segundo a associação, é o valor do preço do combustível e a falta de reajuste das tarifas aplicadas pelas plataformas.