O aplicativo Discord, conhecido por sua popularidade entre os jovens, está enfrentando investigações devido à presença de canais que promovem apologia ao nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual. O Discord oferece recursos de chat de voz, texto e vídeo e é amplamente utilizado por jogadores para se comunicarem com amigos e outros usuários durante partidas online. No entanto, o aplicativo tem sido utilizado por criminosos para disseminar conteúdos violentos.
Gerente da organização não governamental (ONG) Safernet, Guilherme Alves explica que a plataforma funciona de forma semelhante ao WhatsApp. “É um app como o WhatsApp, onde você tem a possibilidade de entrar em diferentes salas de conversa com amigos ou pessoas que você não conhece. Tem sido onde comunidades violentas vêm surgindo”.
No site, o Discord possui uma extensa lista de diretrizes para a comunidade. As orientações foram atualizadas em fevereiro de 2023 e abrangem diversas normas, como não encorajar, coordenar ou participar de situações de assédio, além de proibir o uso de discurso de ódio e outras condutas odiosas.
Segundo a plataforma, em caso de violação das diretrizes, o aplicativo pode atuar com a "remoção de conteúdo, suspensão ou remoção das contas e/ou servidores responsáveis, além de possíveis denúncias às autoridades policiais".
CUIDADOS
A fim de prevenir a coação de jovens dentro dessas plataformas, Marilene Souza, psicóloga e professora da Universidade de São Paulo (USP), ressalta a importância de os pais manterem atenção e diálogo com seus filhos. Segundo ela, é crucial monitorar as atividades das crianças e adolescentes e o tipo de conteúdo que eles consomem enquanto utilizam computadores ou celulares em seus quartos.
“Fundamental que pais acompanhem diariamente como os filhos estão entrando nas redes sociais, o que estão vendo. Inclusive há formas de regulação dos pais em relação às redes. É possível ver espelhos das plataformas ou colocar horários, limites para entrada nas redes sociais”.
A especialista ainda destaca a importância das escolas no debate sobre uso de aplicativos envolvendo a participação de jovens. Ela considera que o Poder Público e a sociedade civil também podem ajudar, com a regulação dos aplicativos digitais.
(Com informações da Agência Brasil)