O rublo, a moeda russa, afundou quase 30% face ao dólar, alcançando um mínimo histórico na sequência das novas sanções aplicadas pelo ocidente durante o fim de semana, enquanto a bolsa de Moscovo “suspendeu a negociação em todos os seus mercados até novo aviso”. As informações são do portal Ecosapo.
Para conter os danos financeiros provocados por medidas como a exclusão de bancos do sistema internacional SWIFT, o banco central da Rússia decidiu aumentar os juros de referência esta segunda-feira, de 9,5% para 20%, tendo dado ordem às empresas para que vendam 80% das suas reservas de moeda estrangeira, segundo a Reuters.
União Europeia, EUA, Reino Unido e outros aliados chegaram a um acordo no fim de semana para reforçar as sanções económicas e financeiras a Moscovo, na sequência da decisão na semana passada de iniciar uma invasão militar à Ucrânia. Com as tensões com a NATO e o ocidente em máximos e Vladimir Putin, o Presidente russo, a escalar as ameaças bélicas para o plano nuclear, os mercados financeiros voltam a sofrer um abanão esta segunda-feira.
São agora precisos cerca de 119,5 rublos para comprar um dólar, o valor mais alto de sempre, numa altura em que os preços do petróleo também voltam a assistir a aumentos significativos. O Brent, referência para as importações nacionais, avança cerca de 4,3%, para mais de 98 dólares o barril, enquanto os futuros do WTI sobem 4,2%, para 95,44 dólares.
“Estou a dizer aos meus clientes que tudo o que sabemos com certeza é que os preços da energia vão subir e que vão haver alguns beneficiários. É um velho cliché, mas é verdade que a incerteza move os mercados em ambas as direções”, disse John Milroy, consultor financeiro da Ord Minnett em Sidney (Austrália), citado pela Reuters.
Os investidores têm procurado refúgio no ouro, levando a onça a subir 0,76%, para 1901,95 dólares. A generalidade das matérias-primas assiste a subidas esta segunda-feira, da prata ao cobre, do gás natural ao trigo, milho e soja.
No mercado secundário de dívida, os juros das Tresuries norte-americanas recuam: as yields a dez anos, a taxa de referência, caem 8,1 pontos base, para 1,903%. Já os juros da dívida australiana recuam perto de seis pontos base, para 2,177%. (A evolução dos juros é inversamente proporcional à dos preços das obrigações.)