O racha dos defensores de diferentes modelos de reforma tributária virou bate boca entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e um grupo de empresários liderados pelo setor de serviços. Depois que Maia falou, na segunda-feira (17), que parte dos empresários está fazendo campanha contra a reforma, Luigi Nese, da Confederação Nacional dos Serviços, um dos líderes do protesto contra a PEC 45, defendida por Maia, disse que o chefe da Câmara está desinformado.
Na segunda, o grupo de empresários Brasil 200 promoveu um evento em São Paulo para criticar a PEC 45. Eles defendem a retomada de uma espécie de CPMF como forma de desonerar a folha de pagamentos. Entre os críticos da proposta em tramitação na Câmara estão nomes como Flavio Rocha (Riachuelo) e Edgard Corona (SmartFit).
Nesta terça, em evento do BTG, Maia voltou a tocar no assunto. “Muitas vezes, a elite também erra, quer que a sociedade pague a conta da redução do custo de alguns setores da economia. Na reforma da Previdência, a sociedade pagou mais a conta do que os empresários”, disse Maia.
Para Gabriel Kanner, diretor do Brasil 200, a declaração de Maia faz parecer que quem não concorda com a proposta da Câmara é contra toda a reforma tributária.
Depois das novas declarações de Maia, dentro do próprio grupo de empresários contrários à PEC 45, alguns pediram para baixar o tom porque um rompimento mais drástico com o presidente da Câmara pode fechar a porta a uma nova tentativa de diálogo.