Rocinha tem novo tiroteio mesmo com ocupação de militares

5 criminosos foram presos e farta quantidade de armas apreendidas

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Embora as Forças Armadas estejam no segundo dia seguido de operação na Rocinha e após um breve período de aparente tranquilidade, foram registrados novos tiros na comunidade da Zona Sul do Rio de Janeiro, na madrugada deste sábado (23). Disparos foram ouvidos por volta de 4 horas. Após o tiroteio, cinco criminosos que tentavam furar o cerco de Exército foram presos e com eles apreendida farta quantidade de armas e munição.

De acordo com o Centro de Operações, o túnel Zuzu Angel, que faz a ligação entre as zonas Sul e Oeste da cidade, foi interditado nos dois sentidos por cerca de uma hora. A via foi liberada às 5h36.

Depois do tiroteio, equipes do Exército apreenderam farta quantidade de armas e munição na comunidade. A apreensão ocorreu na rua General Olimpio Mourão Filho quando criminosos tentaram furar o cerco militar. Cinco criminosos foram presos e levados para a 11ª DP (Rocinha) juntamente com o material apreendido.

Segundo o Exército, foram apreendidos um fuzil AK47 calibre 7,62mm com numeração raspada e quatro carregadores, uma pistola Glock calibre 9mm com dois carregadores, 86 cartuchos calibre 7,62mm e 18 calibre 9mm, dois equipamentos de rádio transmissores, documentos, cadernos de anotações do tráfico de drogas, além de pequena quantidade de drogas e dinheiro em espécie.

Operação militar

As Forças Federais iniciam neste sábado o segundo dia de ocupação da Rocinha. Há uma semana, quadrilhas rivais disputam o controle do tráfico de drogas na favela com tiroteios, provocando pânico nos moradores da região. As incursões na comunidade contam com o apoio de policiais do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

A operação na Rocinha começou na sexta-feira (21), às 16h. Houve confrontos entre os policiais e bandidos, mas ninguém foi preso e os criminosos conseguiram fugir. Segundo as investigações, os traficantes estariam escondidos dentro da mata que fica no alto da favela, entre eles, de acordo com os policiais, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, chefe do tráfico no local.

Pelo menos 16 criminosos já indentificados que atuam na Rocinha são procurados pela polícia. Todos possuem mandados de prisão expedidos pela Justiça do Rio. Rogério 157 disputa o controle da Rocinha com Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso em um presídio de segurança máxima em Porto Velho, Rondônia. Mesmo detido, Nem ordenou ataques na favela contra o grupo do rival.

O delegado titular da 11ªDP (Rocinha), Antônio Ricardo Lima Nunes, informou, no início da noite de sexta, que a Polícia Civil está na fase final da confecção de um mandado de busca e apreensão em casas da favela. "Nós vamos pedir ao Poder Judiciário que conceda buscas e apreensão em residências em áreas conflagradas. Em cima disso, a gente pretende prender outros indivíduos e também pretende apreender armas”, explicou Nunes.

Para o delegado, o objetivo desse mandado é dar legalidade às ações da Polícia. “Nós vamos poder acessar as residências com ordem judicial, independente da vontade do morador”, completou.

Rocinha 'pacificada'

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou na sexta que, segundo informações do Comando Militar do Leste, a Rocinha estava "pacificada" no início da noite. Ele disse que os militares permanecerão na comunidade durante "a noite inteira", pelo menos até sábado. O secretário de Segurança, Roberto Sá, declarou que a operação continua "por tempo indeterminado".

"Aquele tiroteio que foi observado na parte da manhã já não acontece. As tropas especiais da polícia com o apoio de tropas especiais das forças armadas estão tentando localizar os criminosos que estão na mata ou em algum esconderijo espalhado na própria Rocinha em algum lugar", disse Jungmann. Ele afirmou também que, na medida do necessário, a operação pode até contar com mais homens.

A guerra entre os grupos dos traficantes Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que foi intensificada na semana passada, levou a polícia a realizar operações diárias na Rocinha, comunidade com 70 mil habitantes.

Desde domingo, todos os dias houve tiroteio. Na manhã de sexta, novos e mais intensos confrontos levaram o governador Luiz Fernando Pezão a pedir ajuda militar. A autorização foi dada pelo ministro Raul Jungmann.

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