O estado do Rio Grande do Norte é formado por um sertão de bela caatinga que se transforma através de quilômetros e quilômetros em praias paradisíacas. Por todo o lado tem beleza na região potiguar. E estas belezas são destaque na Caravana Turismo Nordeste, que brilha na telinha da Rede Meio Norte.
Na Caatinga, as flores são espinhos. Isso porque ser tão resistente é a principal característica do xique-xique que brota no meio do calcário, na cidade de Apodi, no Rio Grande do Norte. Entre ravinas ou cânions, em 50 paredes rochosas do Lajedo de Soledade estão as gravuras em baixo relevo e as pinturas rupestres datadas em 5 mil anos.
Sítio arqueológico localizado em Lajedo de Soledade (Foto: Livios Victorious)
São desenhos abstratos e estáticos feitos com pigmentos de óxido de ferro, a ferrugem. Cláudio Sena, presidente da Associação Lajedo de Soledade, fala da importância dessas figuras para a história.
“Todo o Nordeste brasileiro, até o Norte de Minas Gerais, tem indícios de pinturas rupestres, principalmente da tradição agreste. Por aqui predominam as formas geométricas e o grafismo de composição, a exemplo da arara”, explica.
A arara foi escolhida como símbolo do Sítio Arqueológico que tem a maior concentração de pinturas por metro quadrado no país e nos ajuda a entender a nossa história, que é mais rica do que imaginamos.
“Ela foi escolhida pela comunidade como a mascote do projeto. Todo o processo de transformação começou em 1991, com a conscientização da preservação desse local, pois o turismo gera recursos”, acrescenta Cláudio.
Eles recebem cerca de 700 visitantes por mês. Boa parte são turistas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e até da França. Os desenhos de Apodi são um dos cinco sítios existentes no Estado, dentre os mais de 300 do Brasil com a visita guiada.
Estado atrai turistas de todo o mundo
Sabe aquela história do Trio Nordestino que “o sertão vai virar mar”? Então, esqueça. Os pesquisadores dizem exatamente o contrário. O mar que virou sertão ao longo de 90 milhões de anos. Mas o litoral do estado do Rio Grande do Norte, hoje, é um dos mais lindos do Brasil.
A herança do povo indígena Potiguar que habitava o litoral quando os portugueses chegaram se perpetua. Em tupi-guarani, por exemplo, Potiguar significa comedor de camarão, o prato preferido nas praias da região.
Do norte ao sul, as belas paisagens naturais do litoral do Estado atraem cerca de 2 milhões de visitantes de todo o mundo a cada ano. “Eles gostam muito da moqueca mista, que é o prato principal dos turistas”, explica dona Beta, cozinheira de uma barraca de praia que faz o prato que leva peixe e camarão.
Vitória Santos, turista de São Paulo, afirma que é fã do litoral potiguar. “Eu já fui no litoral Norte, na Praia de Pipa, Praia do Amor. Fiz o passeio de bugre, que é sensacional e também vou conhecer Maracajaú para fazer o mergulho”, aponta. Já Marcos Torres, de Brasília, se encantou com o que viu. “Vim por indicações de amigos e fotos na internet. E é tudo lindo, de fato”, considera.
Natal é banhada por belas praias
Na capital fundada em 25 de dezembro, por isso o nome Natal, o acumulado de pedras na praia de Ponta Negra e o Morro do Careca compõem a paisagem inconfundível.
É proibido passeio nesta duna de buggy, que é o transporte oficial na praia de Genipabu, onde ficam os maiores morros de areia e o cenário usado por várias novelas, como “Tieta” e “Flor do Caribe”, da Rede Globo.
Morro do Careca compõe paisagem da Praia de Ponta Negra (Foto: Reprodução/Internet)
Lucas Oliveira, de Florianópolis, diz que tudo é deslumbrante. “Aqui é muito lindo! O visual é de arrepiar. É gratificante ver outra cultura e levar um pouco disso na minha memória”, disse. “Eu sou de Anápolis, em Goiás, e o passeio de buggy é maravilhoso”, aponta Carla Alencar.
No caminho uma paisagem que deixa em dúvida onde o turista está: Golden Gate ou Brooklin Bridge? Na verdade, a ponte Newton Navarro deu a Natal um novo apelido: a Manhattan dos Trópicos.
Litoral Sul é um convite ao encanto
No litoral sul, água verde cristalina e lagos naturais são os pontos em comum nas praias, como as do Giz e de Malembá, que ficam em Tibau do Sul.
Na mesma região, quando os colonizadores avistaram em terra firme uma rocha em forma de barril de cachaça, que é chamado em Portugal de pipa, batizaram o local com o mesmo nome.
Kellington Silva, morador da região, diz que são várias praias em uma. “A Praia de Pipa tem várias praias de enseadas, como a do Madeiro, Golfinho”, exemplifica.
Bruna Silva, turista paulista, diz que saiu da capital para morar em Pipa. “Me apaixonei pela natureza e me mudei. A beleza natural e a noite da Pipa formam um contexto geral de leveza. Nunca mais eu volto”, revela.
A Praia de Pipa é uma das mais procuradas do Rio Grande do Norte (Foto: Reprodução/Internet)
Quem chega pela primeira vez se apaixona de cara pelo conjunto da obra, incluindo a vila de casas e restaurantes coloridos.
Do Chapadão, mirante natural no topo de uma falésia alaranjada, a vista é incrível e dá para perceber que as praias têm pequenas baías. O paraíso preferido dos surfistas acrescentou na vida da Bruna Silva o que não tinha em São Paulo. “Vim a convite de amigas e agora não quero mais sair”, considera.
Na Enseada dos Golfinhos, há cerca de 1,5 km da Costa, onde é possível observar de perto os donos da área, essa espécie de mamífero marinho, é comum a presença de turistas. Todos os dias eles chegam e saem para se alimentar, principalmente de Tainha.
Ali do outro lado, no alto das falésias de 40 a 80 metros, os passos na areia justificam o nome do Mirante mais procurado do Santuário Ecológico, o da Prainha.
O local de reserva natural à beira mar apresenta uma Mata Atlântica em transição. São 16 trilhas em meio à vegetação e animais: cobras, tamanduás e raposas. Do alto é possível flagrar tartarugas marinhas, que desovam nas areias do litoral potiguar.
Tudo isso faz do Rio Grande do Norte um verdadeiro paraíso, onde a fauna e flora convivem em perfeita harmonia. Assim é impossível não querer conhecer a fundo a cultura e as belezas de um estado tão rico.