ATUALIZADO ÀS 19H02
O helicóptero não tinha autorização para fazer o serviço de taxi aéreo. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) , a dona da aeronave — a RQ Serviços Aéreos Especializados — não poderia fazer nenhuma atividade remunerada , a não ser de "aerofotografia, aeroreportagem, aerofilmagem, entre outros do mesmo ramo".
A Anac informou ainda que abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente.
Em 2011, a empresa RQ Serviços Aéreos Especializados foi multada em R$ 20 mil por oferecer, a R$ 250, voos panorâmicos no site de compras coletivas Groupon. Na decisão, a ANAC reitera que a empresa não é certificada e autorizada para realizar transporte de passageiros.
Na ocasião, a defesa alegou que se tratava de um engano da plataforma, pois “o contrato feito com o site foi direcionado a enviar um email para empresas de aeropublicidade, fotógrafos, construtoras e agências de publicidade com o intuito de filmagens e fotografias aéreas”, o que está dentro das atribuições da empresa.
A RQ ressaltou ainda que, uma vez que a promoção foi divulgada, entrou imediatamente em contato com a Groupon, que teria reconhecido o erro e retirado a promoção. Acrescentou também que o voo panorâmico citado no auto de infração ocorreu “em caráter pessoal, cedido gratuitamente pelo proprietário”. Atualmente, porém, em seu site oficial, a RQ ainda anuncia que realiza o serviço turístico.
A Libbs, empresa farmacêutica para a qual Boechat concedeu sua última palestra ainda nesta segunda-feira, informou que o serviço de transporte foi contratado pela empresa Zum Brasil, responsável pela organização do evento. A assessoria da Zum informou que consultou informações na Anac e que a aeronave aparecia em situação regular.
A seguir, a íntegra da nota divulgada pela Anac: "A aeronave de matrícula PT-HPG, acidentada hoje, em São Paulo, era operada e pertencia à empresa RQ Serviços Aéreos Especializados LTDA. A empresa possui autorização da ANAC para prestar Serviços Aéreos Especializados (SAE), que incluem aerofotografia, aeroreportagem, aerofilmagem, entre outros do mesmo ramo. A aeronave acidentada também estava certificada na categoria SAE. Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada. Tendo em vista essas informações, a ANAC abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente".
ATUALIZADO ÀS 16H25
Uma testemunha do acidente afirmou que viu o passageiro pulando da aeronave, que depois caiu sobre ele.
"Uma pessoa pulou do helicóptero. O piloto ficou dentro do helicóptero. A pessoa que caiu na pista. Era o que tinha pulado primeiro. Ele pulou na pista, caiu no chão e o helicóptero caiu em cima dele", disse a vendedora Leilaine Rafael da Silva, 29, no 46º Distrito Policial onde o caso foi registrado.
“Mas eu queria salvar ele. Porque o piloto não pulou, ficou dentro do helicóptero", completou. Leilane prestou depoimento à polícia.
Leilaine contou que estava em uma moto, pilotada pelo marido, sentido Cajamar, no interior de São Paulo, e passava ao lado do caminhão atingido pelo helicóptero. Ela afirmou que quebrou o vidro do caminhão com um capacete e tirou o motorista do veículo.
“Eu tô me sentindo impune [inútil]. Eu acho que poderia ter feito mais alguma coisa e não me deixaram. Eu devia ter corrido lá e puxado ele. Só que agora que eu estou aqui e que eu já sei que não tinha mais como tirar ele de lá porque explodiu novamente, eu vejo que eu podia ter morrido junto com ele. Mas a minha intenção ali na hora era tirar ele de lá. Eu tinha que ter tirado ele de lá. Tinha que ter puxado para o meio da pista. O outro moço já tinha morrido”, afirmou.
Ainda segundo Leilaine, ela quase foi atingida pela aeronave. "O helicóptero estava muito baixo, perto do viaduto. Se o helicóptero não tivesse caído em cima dele ele tinha sobrevivido. Não tinha o que fazer, mas ele estava vivo". Ela disse que teve que se afastar porque estava vazando combustível do caminhão e o helicóptero pegou fogo depois.
ATUALIZADO ÀS 15H35
ESPOSA SE MANIFESTA
Veruska Seibel, mulher de Ricardo Boechat, se manifestou publicamente sobre a morte do jornalista. Ela compartilhou no Instagram uma imagem sendo abraçada por ele e escreveu na legenda: "Pior dia da minha vida".
Eles eram casados desde 2005 e têm duas filhas: Valentina, 12, e Catarina, 10. O apresentador da Band deixa outros quatro filhos: Bia, 40, Rafael, 38, Paula, 36, e Patricia, 29, frutos do casamento com Claudia Costa de Andrade.
Fernando Mitre, diretor de Jornalismo da Band, deu a notícia da morte a Veruska. Johnny Saad, presidente do grupo Bandeirantes, ordenou que a emissora não confirmasse a notícia até que a família do apresentador fosse informada.
RICARDO BOECHAT MORRE EM SP
O jornalista Ricardo Boechat, 66, morreu após a queda de um helicóptero no início da tarde desta segunda-feira (11) em São Paulo.
O helicóptero caiu sobre um caminhão, logo abaixo do quilômetro 7 do viaduto do Rodoanel, no sentido rodovia Castelo Branco, próximo ao pedágio Jabaquara, na Grande São Paulo. O piloto do helicóptero Ronaldo Quattrucci também morreu no local. Boechat estava dando uma palestra em Campinas e retornava a São Paulo.
A Força Aérea Brasileira já abriu investigação para apurar as causas do acidente.
Em comunicado oficial, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) informou que o processo se encontra em fase inicial, com a perícia do local do acidente e a coleta de depoimentos.
A aeronave explodiu após o choque. Os bombeiros informaram que 11 viaturas foram deslocadas para o local no atendimento à ocorrência.
O porta-voz da Polícia Militar, capitão Paiva, afirmou que o helicóptero teria tentando pousar em uma das alças de acesso da Anhanguera, mas acabou colidindo com o caminhão, que havia acabado de passar pelo pedágio na via. Ainda segundo ele, o helicóptero pertence a uma companhia de táxi aéreo cujo dono seria o próprio piloto da aeronave.
O helicóptero de modelo Bell e prefixo PT-HPG pertence a empresa RQ Serviços Aéreos Especializados, segundo informações encontradas no sistema da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Trata-se de um helicóptero com motor turboeixo, com 1,2 tonelada, com ano de fabricação de 1975.
Ainda segundo a Anac, a situação de aeronavegabilidade do helicóptero era normal --ou seja, teve condição técnica apta ao voo atestada e aprovada. O certificado de aeronavegabilidade tinha validade até maio de 2023. Ela passaria pela inspeção anula em maio deste ano.
Segundo informações do site da empresa, o helicóptero comportavam até três passageiros e voava a uma velocidade de 170 km/h, podendo pousar em terra, grama e asfalto.
Em pronunciamento, ao vivo, José Luiz Datena disse: "Com profundo pesar desses quase 50 anos de jornalismo, cabe a mim informar a vocês que o jornalista Ricardo Boechat, pai de família, companheiro, o maior âncora do jornalismo da TV brasileira, morreu hoje em um acidente de helicóptero no Rodoanel em São Paulo".
Datena disse que Boechat voltava de Campinas, a 99 km de São Paulo, e ia em direção ao heliponto da emissora. "Jamais pensei que eu iria dar essa informação", comentou. "É um momento muito triste para o jornalismo brasileiro, para a família Band."
O jornalista trabalhava atualmente no Grupo Bandeirantes de Comunicação, apresentando dois programas diários, A Notícia com Ricardo Boechat, um matinal na rádio BandNews FM, e o Jornal da Band à noite, na TV Bandeirantes. Ele tinha também uma coluna na revista semanal Istoé.
Boechat teve passagens pelos principais jornais do país, como "O Globo", "O Dia", "O Estado de S. Paulo" e "Jornal do Brasil".
O jornalista ganhou três prêmios Esso e o único jornalista a vencer em três categorias do Prêmio Comunique-se (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV). Também foi eleito o jornalista mais admirado na pesquisa do site Jornalistas&Cia em 2014, que elencou os 100 principais profissionais do mercado.
Um caminhão foi atingido pela aeronave, e o motorista foi socorrido. O acidente ocorreu na altura do quilômetro 7 do Rodoanel, sentido Castelo Branco, próximo a um pedágio.
A corporação atende a ocorrência com um helicóptero e 11 viaturas. Foram feitas interdições parciais nas pistas do Rodoanel sentido Perus e da Anhanguera sentido Jundiaí. A concessionária CCR Rodoanel, que administra o trecho oeste do Rodoanel, informa que os motoristas têm como opção acessar a Anhanguera sentido São Paulo e pegar um retorno no quilômetro 18 para seguir sentido Jundiaí.