A pequena comunidade de Paraizinho, vizinha ao município de Humaitá (AM), enfrenta uma crise hídrica sem precedentes. A seca severa transformou o leito do Rio Madeira, antes caudaloso, em uma extensa faixa de areia quente, dificultando a busca por água. Este é o quinto mês consecutivo de seca extrema no estado do Amazonas, com temperaturas próximas dos 40º C e um nível de água no Madeira mais baixo desde o início do monitoramento em 1967.
PASSOS NA AREIA QUENTE
Os moradores de Paraizinho, obrigados a caminhar sobre a areia ardente, enfrentam desafios diários. A travessia fluvial para Humaitá, essencial para obter água e alimentos, tornou-se uma tarefa dolorosa. A seca também comprometeu a pesca e a agricultura, principais fontes de renda da comunidade.
DIFICULDADES
À AFP, o líder comunitário João Ferreira explica que a água vai para “as famílias mais vulneráveis, que têm pacientes com hipertensão e diabetes”. "Imagine uma pessoa com hipertensão fazendo essa tarefa. Seria muito difícil", enfatiza Ferreira.
Diante da escassez de água, os vizinhos tratam a água do rio com cloro e a usam para tomar banho e lavar pratos e roupas.
CRISE AGRAVADA COM INCÊNDIOS
A situação é agravada pelos incêndios florestais na Amazônia, que duplicaram em comparação ao ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os incêndios são, em sua maior parte, de origem criminosa e frequentemente ligados à exploração agrícola das terras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar medidas para enfrentar a seca em uma visita a Manaus nesta terça-feira (10).
Com informações da AFP via O Globo