<U>Renascer:</u> plano de demolição até 15H

No documento assinado entre as partes, a igreja também se compromete a contratar uma empresa especializada para executar o serviço

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A Igreja Renascer em Cristo tem até as 15h desta quarta-feira (21) para entregar ao Ministério Público um plano de demolição das paredes do templo que desabou no Cambuci, Zona Sul de São Paulo. No domingo (18), o teto da sede mundial da igreja caiu durante um intervalo entre os cultos, deixando nove mortos e mais de cem feridos.

Esse plano é uma exigência do MP, uma vez que o desabamento comprometeu as estruturas que restaram do prédio e há o risco de as paredes caírem sobre os imóveis vizinhos. Nove casas estão interditadas na região.

No documento assinado entre as partes, a igreja também se compromete a contratar uma empresa especializada para executar o serviço. O plano de demolição ainda terá de passar pelo crivo da Subprefeitura da Sé, que deve fazer uma avaliação antes de autorizar a obra. A demolição é necessária para que a perícia retome os trabalhos no local e investigue as causas do acidente.

Na terça-feira (20), peritos e consultores contratados pela Renascer estiveram no local para avaliar com será feita a demolição. Enquanto isso não acontece, os vizinhos temem novos desmoronamentos.

A polícia acredita que a tragédia tenha sido provocada por uma série de irregularidades. Uma delas diz respeito à documentação da igreja. A prefeitura diz que o alvará de funcionamento do prédio não tinha validade e que não foi informada sobre a última reforma do templo, como manda a lei.

A empresa Etersul, contratada para realizar a troca de telhas em outubro do ano passado, não tem registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea). O dono diz que foi chamado porque havia goteiras no teto da igreja. Ele afirmou ter trocado 1,6 mil telhas, de 18 kg cada. Segundo ele, as quase 30 toneladas de telhas foram trocadas sem nenhum projeto de engenharia.

A reforma foi feita depois da expedição do último alvará de funcionamento, dado em 15 de julho de 2008. Entretanto, depois de qualquer obra, a lei exige laudos técnicos para a expedição de um novo alvará.

O delegado que cuida do caso informou que 10 vítimas da tragédia já prestaram depoimento. Segundo ele, outras serão ouvidas, além dos responsáveis pela igreja e pelas vistorias feitas no prédio.

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