Um relatório formado pelo setor de engenharia de Angra dos Reis (RJ) aponta que 61 bairros sofreram escorregamentos ou deslizamentos provocados pelas chuvas que atingiram a cidade entre as 15h do dia 30 de dezembro, uma quarta-feira, até as 3h30 do dia 1º de janeiro de 2010, sexta-feira.
O total de mortos em Angra é de 52 pessoas, sendo 31 na praia do Bananal, em Ilha Grande, e outras 21 no morro da Carioca. No morro, as equipes tentam localizar o corpo de uma menina de 11 anos, Alessandra de Carvalho. O corpo de Roseli Marcelino Pedroso, de 34 anos, está sendo procurado na praia.
Os dados constam do formulário de avaliação de danos para o Sindec (Sistema Nacional de Defesa Civil), chamado de Adavan. Esse formulário é uma espécie de raio-X de tudo que ocorreu na cidade por conta das chuvas. O Adavan servirá, entre outras coisas, para o município solicitar verbas à Defesa Civil Nacional para a sua reconstrução. O documento cita que serão necessários R$ 247 milhões para cobrir os prejuízos com as chuvas. A previsão é que o relatório seja entregue na próxima quarta-feira (20) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O texto informa que além de escorregamentos e deslizamentos, ocorreram os chamados ?eventos secundários?, tais como enxurradas ou inundações repentinas. No período de 36 horas choveu quase o dobro do esperado para todo o mês. A estação pluviométrica da cidade localizada no São Bento foram registrados 417 mm de chuva no período, quase o dobro dos 225,3 mm da média registrada no decorrer de todo o mês de dezembro, por exemplo.
Em toda a cidade de Angra, 2.284 pessoas ficaram desalojadas ? tiveram de ir temporariamente para casa de parentes ou amigos. Outras 652 ficaram desabrigadas ? tiveram de ir para abrigos mantidos pela prefeitura - e 31 ficaram levemente feridas.
Um total de 1.207 casas foram destruídas e 307 sofreram danos. Em relação aos transportes, o Adavan aponta nove acessos à cidade danificados e 11 km de estradas totalmente destruídos e 9 km danificadas. Um total de 3 mil metros quadrados de asfalto ficaram devastados.
No aspecto ambiental houve desmatamento em várias áreas e o solo sofreu erosões em vários pontos. O nível de intensidade de desastre atingiu o máximo, o 4, e o porte dele (mensurado pela sigla Codar, que significa Codificação de Desastres, Ameaças e Risco), também atingiu a última escala, o de muito grande.