A governadora Regina Sousa entregou, nesta segunda-feira (26), os certificados do Registro do Patrimônio Vivo do Estado do Piauí. A iniciativa, viabilizada por meio do edital Mestre Severo, resultou no reconhecimento, certificação e apoio financeiro aos mestres e grupos folclóricos piauienses. Um reconhecimento de quem faz a cultura do Piauí.
É o segundo ano que o Governo do Estado faz a seleção de mestres e grupos populares da cultura piauiense, por meio da Lei do Patrimônio Vivo do Estado do Piauí (nº 5.816/2008), que faz com que mestres e grupos que atuam em ofícios tradicionais piauienses sejam reconhecidos no Brasil e no mundo.
“Estamos resgatando a importância da cultura popular, aquelas das raízes das comunidades, produtores de culturas locais, de rodas, o saber das pessoas. O recurso que passamos para eles todos os meses é para viverem e passaram essa cultura para frente. Então, esse prêmio é um reconhecimento por essa contribuição”, afirmou a chefa do Executivo estadual.
No geral, foram contemplados 30 mestres ou grupos de cultura, como a rabeca, bumba meu boi ou manifestações culturais ligadas à dança, música e literatura de cordel. Eles passam a receber uma ajuda mensal para pessoas físicas no valor de R$ 600 e para grupos no valor de R$1500.
O secretário de Estado da Cultura (Secult), Carlos Anchieta, explicou que, ano passado, foram contemplados 30 mestres ou grupos e, este, mais 30 e chegará a 90 até o final do ano que vem. “É a realização de uma grande obra reconhecer esses mestres que guardam a cultura popular e nosso jeito piauiense de ser. É o reconhecimento pelo trabalho deles como mérito de forma a recompensar financeiramente. Estamos entregando para mais 30 mestres ou grupos de todo o estado e, este ano, e chegaremos a 90”, disse o gestor.
Com o aporte financeiro, os artistas e grupos contemplados transmitirão seus conhecimentos e experiências, visando perpetuar esses ofícios, ajudando a manter viva a tradição cultural.
Rita Maria da Conceição, uma das contempladas, recebe o valor com muita gratificação. Ela faz parte do grupo de Leseira, da comunidade quilombola Custaneira Tronco, no município de Paquetá do Piauí, há mais de 50 anos. “Me sinto muito gratificada por receber essa bolsa, porque estou na idade de 81 anos, nasci nesse movimento, continuo dançando e vou poder passar para frente”, ressaltou.
A lei, que recebe o nome de Cineas Santos, em homenagem ao ilustre professor, contou com a participação efetiva do Conselho Estadual de Cultura do Piauí (CEC), que auxiliou na construção da minuta e nos parâmetros abarcados pelo edital.
“O Registro do Patrimônio Vivo tem dois significados: primeiro conceder uma espécie de pensão a pessoas ou grupos que tenham investido sua vida na cultura do Piauí e o segundo, talvez o mais importante, é que as pessoas vão poder repassar esses ensinamentos para outras gerações. O objetivo é que a gente não perca essas manifestações culturais e esses certificados reconhecem esse importante papel dessas pessoas e desses grupos populares”, completou o Nelson Nery, presidente do Conselho Estadual de Cultura.