Conhecido como Mercado Velho ou Mercado Central, o Mercado São José é uma das mais antigas edificações da cidade, com construção finalizada por volta de 1860, no início do povoamento da capital. Com o tempo e as modificações dos permissionários, perdeu muito das suas características originais, mas conserva muito da tradição e cultura piauiense, sendo um espaço com forte potencial turístico e econômico.
O projeto de restauração do Mercado Velho tem como finalidade tanto salvaguardar o valor artístico da edificação, testemunho e valor histórico que este equipamento representa no contexto da evolução social e urbana de Teresina, como dotar Teresina de um novo mercado público central, dimensionado de acordo com os mais adequados padrões e conceitos de funcionamento para um equipamento que se destina a esse tipo de uso.
R$ 3 milhões
Para a reforma, que faz parte do projeto de revitalização do centro da cidade, estão sendo investidos cerca de R$ 3 milhões, sendo quase R$ 2 milhões com recursos da própria Prefeitura e R$ 975 mil com recursos do Ministério do Turismo. A primeira etapa contempla a restauração e reabilitação da parte mais antiga do mercado, com a fachada e toda a estrutura interna, bem como telhado e calçada.
A restauração do Mercado Velho está sendo executada de forma a atender às necessidades funcionais sem abrir mão do resgate dos elementos e referências originais. O projeto arquitetônico da intervenção optou por manter todo o padrão estético da edificação, preservando o espaço do antigo mercado, integrando-o com as outras unidades.
Além disso, o projeto atende às normas e preceitos de acessibilidade e desenho universal, respeitando as normas de conforto ambiental, bem como contempla acessos bem protegidos e sinalizados, privilegiando a circulação de pedestres e a humanização do espaço público.
Para a arquiteta da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação (SEMPLAN), Daniely Bezerra, que teve como objeto de estudo acadêmico o Mercado São José, a obra vai garantir mais segurança e conforto para os permissionários e visitantes, valorizando ainda a memória da cidade.
“O Mercado Central tem uma grande importância como edificação, como equipamento social e como acervo referencial para a cidade. Pertence ao patrimônio histórico municipal e integra o conjunto arquitetônico do Centro Histórico, estando listado como um dos principais projetos de requalificação urbana e regeneração cultural do centro da cidade. Reformar o Mercado Central, respeitando sua importância histórica e resgatando sua arquitetura é fundamental para valorizar a nossa identidade”, comentou Daniely Bezerra.
Com a obra, o equipamento pode servir como intervenção referencial para diversas outras situações da cidade.
Permissionários preveem melhoria nas vendas
O Mercado São José fica localizado no cruzamento das ruas Areolino de Abreu e Riachuelo, em frente à Praça Marechal Deodoro, a Praça da Bandeira. Quem passa hoje, consegue ver apenas tapumes e pedreiros entrando e saindo com material de construção. Mas para os que dependem do comércio no local, a visão é de esperança na melhoria nos negócios.
Os permissionários estão provisoriamente em boxes instalados na parte frontal do Mercado, na Rua Areolino de Abreu, e no primeiro andar, onde estão os vendedores de artesanato. Para eles, a expectativa é grande com o fim da obra, tendo em vista que o novo espaço deve atrair mais turistas.
Maria do Carmo Vasconcelos trabalha há 25 anos no Mercado Velho, onde vende calçados e acessórios. Para ela, a obra é importante não só por criar um novo espaço para trabalhar, mas por valorizar o patrimônio da cidade.
“Em toda cidade nós temos um mercado para a visitação de turistas. Todos são bonitos e o nosso não estava. A obra provocou algumas mudanças, mas é um bom período para a gente se reinventar, para encontrar oportunidades. Quando a obra terminar, teremos um prédio vistoso, que todos vão querer ver. Nossa expectativa é grande porque sabemos que vai melhorar o comércio e valorizar a nossa mercadoria. Um espaço bonito deixa nosso produto bonito também”, destacou a permissionária.
A vendedora Francisca Helena de Oliveira, que há 30 anos trabalha no Mercado Central, também destaca o reforço do potencial turístico do espaço com as obras, destacando que quem ganha é a cidade: “Agora teremos um novo cartão postal. O Mercado vai ser novo, mas muito parecido com o que era antigamente. Essa história desperta o interesse das pessoas. Será uma obra que vai melhorar a vida de muita gente. Vai melhorar também o nosso sentimento de viver em Teresina, vai preservar a memória da cidade”, frisou.