A zona Norte de Teresina irá ganhar um novo Centro de Parto Normal (CPN), que ocupará o espaço reformado e ampliado da antiga Maternidade do bairro Buenos Aires.
O CPN é uma reformulação do modelo tradicional de maternidade e será implantado seguindo prerrogativas do Ministério da Saúde sobre a humanização da assistência à gestante e ao bebê. As obras tiveram início no mês de março deste ano e a conclusão levará seis meses.
A diretora de enfermagem da Maternidade do Buenos Aires, Lucyanna Campos Gonçalves, destacou que o novo Centro de Parto Normal deve obedecer orientações da Rede Cegonha, implantada pelo Ministério da Saúde para garantir uma rede de cuidados ao parto e nascimento seguro.
O grande diferencial do CPN serão os espaços pré- parto, parto e pós-parto, além do direito a acompanhantes em todas as etapas. ?Neste sentido, a mulher será protagonista do próprio parto, no qual ela vai poder parir na posição que achar melhor, com assistência e com quem ela quiser que esteja ao lado dela?, reforçou.
A antiga maternidade realizava uma média de 160 partos por mês, entre cesarianas e partos normais. O Centro de Parto Normal deverá ampliar este número consideravelmente, mantendo os serviços anteriores.
Ao fim da obra, serão 38 leitos, sendo 26 obstétricos, cinco leitos de Unidades de Cuidados Intermediários (UCI), sete de enfermaria neonatais, cinco leitos para pré-parto, parto e pós-parto (PPP), destes, um será adaptado para pacientes com necessidades especiais, além de seis berçários.
Todos os setores serão distribuídos em uma área de 1.200 metros quadrados, que recebe um investimento total de R$ 1.246.894,73, sendo R$ 896.894,73 da Prefeitura de Teresina e R$ 350 mil de contrapartida do governo federal, através dos recursos da Rede Cegonha, direcionados pelo Ministério da Saúde. O atendimento pré-natal de médio risco continua acontecendo normalmente no Hospital do Buenos Aires.
?Com o Centro de Parto Normal a população vai ganhar em todos os aspectos, sobretudo na neonatologia, Unidade de Cuidados Intermediários, leitos obstétricos e leitos para tratamento clínico do bebê.
Será o primeiro CPN de Teresina e, com ele, poderemos oferecer uma visão diferente do que é o nascimento, além da desmistificação do parto natural, que é o melhor para a mulher, sem dúvidas?, disse a diretora de enfermagem Lucyanna Gonçalves.
O presidente da Fundação Hospitalar de Teresina, Aderivaldo Andrade, também destacou como o CPN levará melhor assistência à mulher e ao recém-nascido.
?Estamos nos esforçando para nos adequar às especificações do Ministério da Saúde, e o Centro de Parto Normal vai procurar atender a uma das diretrizes da Rede Cegonha, garantindo atendimento mais humanizado, no qual a mulher pode escolher acompanhante, receber orientações para o aleitamento materno, além de outros benefícios?, pontuou.
A diretoria de enfermagem informou que os serviços da maternidade estão temporariamente suspensos. De acordo com Lucyanna Gonçalves, as pacientes que chegam são remanejadas para as maternidades Ciamca (no Dirceu I), maternidades do Hospital do Satélite e Promorar.
Médicos, enfermeiras obstetras, neonatologistas, por exemplo, também foram remanejados para os referidos hospitais como reforço ao atendimento dos pacientes redirecionados.
Ampliação é esperada pela população
Embora poucas pessoas tenham conhecimento do projeto de ampliação e reformulação da maternidade, alguns elogiam a realização da obra. A auxiliar de serviços gerais do Hospital do Buenos Aires Luzia Madalena afirmou que havia uma grande necessidade de ampliação do atendimento e do espaço físico da maternidade. "Essa maternidade sempre recebeu muitas pessoas, era sempre cheia e há tempos pedia uma ampliação. É uma reforma bem-vinda".
Já Raimunda Luíza Carneiro reforça que o atendimento recebido por ela e seu bebê, tanto na maternidade quanto no hospital, sempre foi satisfatório. "O pouco tempo que permaneci por aqui foi muito tranquilo e acredito que ampliar este ótimo atendimento será muito bom para todas".
Rede Cegonha preconiza parto humanizado
A Rede Cegonha é a institucionalização de uma rede de cuidados para as parturientes e seus bebês, na qual é priorizado um atendimento mais humanizado e preservados os direitos de bem-estar à mãe e ao bebê neste momento especial.
Entre esses direitos estão o planejamento reprodutivo assegurado, atenção humanizada à gravidez, direito ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis, de acordo com o que está previsto no Diagnóstico Situacional da Saúde da Criança e da Mulher no Estado do Piauí - ênfase na gestante e no recém-nascido, publicado pela Secretaria de Estado da Saúde.
No Brasil, a rede foi instituída através de portaria 1.459, de 24 de junho de 2011, e prevê a adesão de municípios de forma isolada ou regionalizada, no entanto, o objetivo central é implantar um modelo humanizado de atenção à maternidade e subsidiar obras e ações que assegurem este objetivo.
Dentro da Rede, em Teresina, o Ministério da Saúde irá financiar parte das obras de reforma e ampliação do Centro de Parto Normal, Casa da Gestante, Bebê e Puérpera, além da compra de equipamentos, ambiência de locais que realizam partos, ampliação de leitos, qualificação, entre outros.
Contudo, a Rede Cegonha prioriza a pactuação entre Governo Federal, Estadual e Municipal no financiamento de obras relacionadas.