Surfistas foram atingidos por descarga elétrica de um raio que caiu no mar na Praia da Leste-Oeste, em Fortaleza. As aulas da escolinha Itim Silva Surf tinham acabado de encerrar quando um raio caiu na água atingindo instrutores e alunos que ainda surfavam no local, na manhã desta quarta-feira (27).
A campeã de surfe Luzimara Souza morreu. A descarga elétrica deixou outro surfista, Felipe Cardoso Nogueira, de 17 anos, internado em estado “delicado”, segundo o hospital.
Entre os sobreviventes, a atleta Joana Meireles, 26 anos, conta que sentiu a carga elétrica e ficou com o corpo paralisado. Segundo ela, pelo menos outros dois raios caíram enquanto ela e cerca de 20 surfistas estavam na água, mas não houve tempo de saírem.
"Antes do raio que nos atingiu, caíram mais dois raios. Um longe, com relâmpago. Um segundo veio mais perto e tava bem mais alto. Não deu tempo, do segundo para o terceiro, do pessoal sair. Quando teve o segundo trovão e o segundo raio, todo mundo se olhou e falou que ia sair”, relembra.
"Corpo vibrou"
O instrutor de surfe Vitor Silveira, 20 anos, relata que sentiu o corpo vibrar e viu um clarão. “Senti um choque por dentro, dos pés até a lombar. Até caí. Eu tava sentado na prancha, olhando pro mar. Foi mais à minha esquerda a visão, deu um brancão e atingiu a Luzimara. Eu tava a uns 20 metros afastado dela. Só saí da água e corri”, detalha.
Ele tinha acabado de encerrar a aula para uma criança de sete anos, que saiu do mar pouco antes do raio cair.
Já Joana Meireles lembra de ter sentido a carga elétrica atingir o pé, onde possui uma placa implantada.
“Recebi essa descarga toda nessa placa, paralisou meu pé na hora do choque. Quando consegui sair fiquei muito desesperada. Meu pé doeu bastante, ficou paralisado. Depois subiu pra coluna e pros braços, pras extremidades do corpo.”
Ela também afirma que, pouco antes de o raio atingir a campeã de surfe Luzimara Souza, os atletas presenciaram pelo menos outros dois raios e relâmpagos e também ouviram trovões.
“A gente nunca pensa que vai acontecer com a gente. No momento que aconteceu, que todo mundo sentiu o choque imediatamente, todo mundo saiu do mar.”
Para ela, a adrenalina do momento a ajudou a sair da água. “A adrenalina falou mais alto. Consegui remar muito rápido, saí o mais rápido que pude. Quando cheguei na barraca onde o pessoal tava, desabei. Não conseguia mexer nada do corpo, tava em choque”, recorda a surfista.