Continuação da capa/A luz é o que ativa um fotocatalisador, por isso mesmo poucos lugares são tão propícios ao desenvolvimento de um projeto como esse do que o Piauí. Ainda assim, todo o processo não passou da fase de teste
De acordo com Maciel Menezes de Araújo, licenciado em Química pela UESPI e aluno de mestrado em Química pela UFPI, a ideia do trabalho surgiu com a possibilidade de estabelecer uma nova rota de síntese para um material já conhecido no meio científico, no caso o fotocatalisador, formado pela impregnação de nanopartículas de TiO2 (dióxido de titânio) em SBA-15. Com isso, pretendeu-se melhorar a engenharia do material promovendo, também, modificações nas suas características.
“A contribuição principal do trabalho encontra-se no desenvolvimento de uma nova rota de síntese para esse tipo de material. Que consiste em um avanço no conhecimento científico, que permitirá aos pesquisadores desenvolver materiais com propriedades otimizadas”, disse.
Um fotocatalisador, como o que está sendo desenvolvido, é ativado por luz. Logo a equipe acredita que o Piauí seria uma região com aplicabilidade devido à alta incidência de radiação solar. Contudo, até o momento foram realizados apenas testes laboratoriais de degradação de corantes.
“Quando pensamos em aplicações diretas, ressaltamos que essas devem ocorrer em sistemas controlados que permitam a recuperação e posterior reutilização dos fotocatalisadores. Ressaltando ainda que, nas águas de rios e lagos contaminados por corantes, também existem outros compostos naturais do meio, que podem ser degradados pela ação do catalisador, sendo esses processos não desejados”, destaca Maciel ao frisar que, desta forma, os sistemas controlados de fotocatálise devam ser empregados não diretamente nas águas de rios e lagos, devendo serem localizados na própria indústria.
Etapas posteriores do trabalho consistirão no desenvolvimento de sistemas capazes de possibilitar a utilização de fotocatalisadores em larga escala. “Estamos concluindo a etapa de desenvolvimento dos fotocatalisadores, e nas próximas etapas deveremos desenvolver equipamentos capazes de possibilitar a utilização em larga escala desse tipo de material”, conclui.
Francisco Lima e Aline Damasceno Do Theresina