Na segunda-feira (29), a juíza Diana Wanderley da Silva, da 5ª Vara Federal de Brasília, homologou um acordo para a instalação de 1.140 radares em rodovias federais de maior movimentação, que serão realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Essa medida vai contra a decisão do governo federal, que, sob ordem do presidente Jair Bolsonaro, suspendeu a instalação de novos radares em estradas federais. O presidente alegou que a maioria dos radares tem o único intuito de retomo financeiro ao Estado.
Após a decisão da juíza e do Ministério Público Federal, em Teresina, alguns radares que estavam desativados retornaram e outros já começaram a ser instalados. Apesar disso, no Piauí, o número de radares deve ser reduzido, segundo explica o chefe de Serviços de Operações do Dnit do Piauí, Rogério Drumond.
O Dnit Brasília fez um levantamento de quais locais apresentam um índice de criticidade, que se refere às vias mais movimentadas e com maior incidência de acidentes de trânsito. Os que tinham valores baixos já não vão ser implantados, passando a valer apenas para os médios e os de perigo elevado.
“Na tabela que o Dnit de Brasília nos passou, contém os radares remanescentes de um contrato que já tinha autorização de instalação, que são cerca de 70. Eles passam a ser colocados paulatinamente, dependendo do esforço da empresa”, informou Rogério Drumond, chefe de Serviços de Operações do Dnit do Piauí.
Ao todo, o Piauí possui 110 radares (faixas) instalados, com a medida dos locais com maior criticidade, esse número passa agora para 90, tendo em vista que 70 radares já haviam sido aprovados e que a Justiça não pôde mudar, devido à expectativa gerada pela empresa antes da ordem do governo. Para os estados que não aprovarem os radares, ficarão apenas com as instalações em locais com criticidade muito alta ou alta.
“Nossa expectativa era aumentar devido à grande quantidade de pedidos, mas agora teremos que diminuir e eliminar alguns, como já eliminamos em Teresina, no caso da saída Sul da capital”, explicou Rogério.
Equipamentos trocados
O contrato antigo da última instalação de equipamentos foi prorrogado por dois anos, e além deles, existem cinco iniciais que também foram prorrogados na mesma quantidade de tempo. “As máquinas ficaram obsoletas e muitas estragaram, e esse novo contrato que começou no ano passado tem como pretensão trocar os equipamentos e mantê-los nos mesmos locais”, acrescentou o chefe de Serviços.
Radares reduzem acidentes
Nas rodovias de tráfego intenso, consequentemente, de maior risco, há uma demanda maior de pedidos que de reclamações por multas. Segundo Rogério Drumond, o número de prefeituras e entidades, como escolas do Piauí que solicitaram radares, está em torno de 50.
Por meio do Dnit, foi provado, por meios técnicos, que houve a redução do número de acidentes com os radares, somado ao fato que velocidade torna os acidentes mais severos e causa mais mortes no trânsito.
“Os radares vêm para coibir os abusos. Por exemplo, basta você seguir a Demerval Lobão, passar por Água Branca e Regeneração, e observar que os motoristas andam muito velozes, colocando sua vida em perigo e as dos outros também”, disse o chefe de Operações da Dnit.
O microempresário Francisco Reginaldo Ribeiro utiliza dois veículos e não concorda com essa redução. “Nós motoristas, somos imprudentes e precisamos de medidas para que evitem acidentes. Passo por locais que apresentam perigo e achei correta a medida da juíza que permite salvar vidas”, disse.