A torcedora do Grêmio que foi flagrada por câmeras do canal de televisão ESPN Brasil chamando o goleiro Aranha de "macaco" durante a derrota para o Santos por 2 a 0, na última quinta-feira, em Porto Alegre, apagou suas redes sociais após sofrer uma enxurrada de ofensas e xingamentos virtuais. Na página do Instagram da jovem, era possível ver inúmeros internautas chamando-a de racista, além de termos como "vadia" e "vagabunda". Ela ainda sofreu consequências no trabalho.
A garota deletou seu perfil no Facebook apenas meia hora após a partida, e a página de Instagram também não durou muito tempo no ar. Em uma foto onde ela aparece vestindo a camisa do Grêmio e falando de sua paixão pelo time gaúcho, um internauta questionou: "e esse preto na sua camisa?".
Durante a partida entre Santos e Grêmio pela Copa do Brasil, Aranha foi alvo de abusos racistas por parte da torcida tricolor que estava atrás do gol. O goleiro, que teve grande atuação, se disse inconformado e revoltado após o jogo, mas preferiu não prestar queixa à polícia.
"A outra vez que viemos aqui jogar a Copa do Brasil tinha campanha contra racismo, não é à toa. Xingar, pegar no pé é normal. Agora, me chamaram de 'preto fedido, seu preto, cambada de preto'. Estava me segurando. Quando começou o corinho com sons de macaco eu até pedi para o câmera filmar, eu fiquei p... .Quem joga aqui sabe, sermpre tem racista no meio deles. Está dado o recado, agora é ficar esperto para a próxima", desabafou Aranha na saída do gramado.
O Grêmio emitiu nota oficial afirmando que o departamento jurídico do clube está trabalhando "para que os envolvidos neste episódio sejam identificados e para que os materiais disponíveis sejam enviados às autoridades policiais". O comunicado também diz que, caso haja participação de sócios no crime, os envolvidos serão "imediatamente suspensos do Quadro Social e proibidos de ingressar no estádio".
Emprego em risco
O corregedor da Brigada militar, Coronel Jairo, informou que a torcedora identificada é auxiliar de uma empresa terceirizada que presta serviços para uma policlínica que atende a entidade. Com a constatação das imagens, a Brigada solicitou que essa empresa retirasse a funcionária da policlínica.
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