Após quase uma semana da megaoperação que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, a Polícia Civil divulgou pela primeira vez a lista com 115 perfis dos suspeitos mortos na ação. Os quatro agentes que perderam a vida no combate e outros dois casos, as perícias foram inconclusivas, estiveram de fora.
O levantamento revelou que todos os suspeitos mortos na operação são homens, de 14 a 55 anos, sendo 44 deles (38%) nascidos no estado do Rio de Janeiro. Além disso, 1/3 deles não tem registro do nome do pai e metade possui ao menos um mandado de prisão, ou no caso de menores de idade, de busca e apreensão.
O documento é composto de registros oficiais como RG e CPF, fotos, perfis de redes sociais, histórico criminal e informações sobre mandados de prisão.
GRANDE DIVERSIDADE GEOGRÁFICA
A lista é composta por uma grande diversidade geográfica na origem desses 115 mortos. No entanto, o Rio de Janeiro possui mais representantes, seguido pelo Pará, com 19 mortos, sendo a maior parte da capital Belém. Há ao menos cinco pessoas de Manaus e quatro da baiana Feira de Santana.
LIDERANÇA DO CV
Um dos mortos foi identificado como Francisco Myller Moreira da Cunha, apelidado de Gringo e Suíça. Nascido em Manaus, ele era líder da facção no Amazonas e tinha mandado de prisão ativo, segundo o documento.
Doze homens foram apontados como líderes de facção em outros estados. Rafael Correa da Costa, conhecido como Rafinha ou Irmãos Sorriso, é um deles sendo apontado como liderança na cidade de Abaetetuba, no estado do Pará.
USO DAS REDES SOCIAIS NAS INVESTIGAÇÕES
Para realizar o levantamento de perfis, a Polícia Civil utilizou dados de redes sociais para conectar o CV com 12 suspeitos mortos. Isso porque dez dos indivíduos em questão não possuíam registro de antecedentes criminais.
As redes sociais também serviram como estratégia para identificar e monitorar a movimentação dos suspeitos na mata. Em um dos casos, uma mulher, que supostamente seria casada com um homem identificado como Castanhal, do Pará, fugitivo da prisão, publicou uma foto logo após a operação na região da Vacaria, no Complexo da Penha, onde a maioria dos mortos foi encontrada.