Esta é a segunda vez que Deolinda Tempesta Ferracini morreu em informações falsas. A primeira foi quando usaram sua imagem em um boato que tinha relação com a questão da Covid-19. E se não bastasse, dessa vez, dizem que seu óbito ocorreu após ser presa pelo ato terrorista, em Brasília, no domingo.
A sua família acordou na última segunda-feira com muitas mensagens, sentindo uma revolta ainda maior pelo uso indevido de imagem — mais uma vez.
Registro verdadeiro
Edu Carvalho, fotógrafo que fez o registro em 2018, esclareceu que Deolinda, avó de sua esposa, morreu aos 80 anos em 10 de outubro de 2022. Ela passou alguns dias internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Vinhedo (SP) devido a um acidente vascular cerebral (AVC).
A foto de Deolinda que aparece em postagens como se tivesse morrido sob custódia da Polícia Federal foi baixada de um banco de imagem na internet. Além disso, a PF desmentiu que uma mulher tenha morrido nesta segunda-feira nas dependências da Academia Nacional de Polícia.
— Acordei com uma enxurrada de pessoas mandando os posts pelas redes sociais e justo hoje que fazem apenas três meses que minha avó nos deixou! Me senti impotente, a internet tem uma força absurda tanto para o bem quanto para o mal. Estamos tentando ao máximo avisar as pessoas, mas muitas desacreditam e ainda pedem para provar, isso dói muito e só vai saber quem estiver na pele um dia. Que isso acabe logo — lamentou Juliana Cuchi Oliveira, neta de dona Deolinda.
A deputada Bia Kicis (PL) foi uma das pessoas que disseminaram a informação falsa. Ela disse esta inverdade na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira, enquanto era votada a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal devido a falhas da Polícia Militar que resultaram na invasão de terroristas nas sedes dos três poderes e na sua consequente depredação, numa tentativa de golpe de estado e ataque à democracia brasileira.