Queimadas trazem transtornos à população na z.Sul

Zona Sul é um dos lugares onde há mais focos de queimadas em virtude dos terrenos baldios.

Com um grande número de terrenos baldios e áreas verdes, a zona Sul se tornou uma das á- reas com maior incidência de queimadas. | Reprodução
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Todos os anos nessa mesma época as queimadas chamam bastante atenção e uma série de consequências. Devido ao vento forte e à baixa umidade, a fumaça das queimadas e as cinzas se proliferam trazendo vários transtornos à população. Na zona sul, o problema parece ser ainda maior, já que lá é um dos lugares onde há mais focos de queimadas em virtude dos terrenos baldios.

A equipe de reportagem do Jornal Meio Norte flagrou ontem (27), no bairro Santo Antônio, uma dessas queimadas. A fumaça do local já podia ser avistada ao longe e estava bem próximo a muitos pontos comerciais e até residências.

Mas não é difícil presenciar cenas como essas. Em vários bairros da região, como no Lourival Parente, em terrenos baldios o chão escuro evidencia que ali passou recentemente por uma dessas queimadas.

E as consequências quem sente são os moradores. Para Mariana Alves, moradora do Lourival Parente, isso tem gerado muitos incômodos. ?Está muito ruim.

Na hora que a gente termina de limpar a casa, já está sujo do mesmo jeito por causa das cinzas. A fumaça também incomoda muito. Tenho um filho com problema de asma e eu fico muito preocupada porque incomoda bastante?, afirma.

Áreas com matagais são mais propícias

De acordo com o educador ambiental Reginaldo Muniz, esse é um problema comum nas áreas mais distantes do centro. Isto porque, em virtude da grande quantidade de matagais, se torna local propício para as queimadas.

O problema é que, em virtude da situação climática, as queimadas se agravam. ?Está tendo muitas queimadas e muitas delas são criminosas. Nesse período de B-R-O-BRÓ é agravado, pois qualquer coisa já pode provocar um incêndio, por conta dos ventos fortes?, explica.

E as consequências não são apenas para a flora e fauna, mas sobretudo para a saúde de quem precisa enfrentar o problema diariamente. ?É terrível. Tenho uma vizinha que anda com um pano úmido no rosto por conta da fumaça.

Outro dia estava tendo queimada no fundo da casa de outro vizinho. Só não pegou fogo na casa dele, porque eu comecei a gritar pedindo socorro e muitas pessoas se aproximaram. Se não o fogo ia pegar na árvore da casa dele.

Prejuízos dos incêndios são muitos

Essa situação se repete em muitos outros bairros da zona sul, mas naqueles locais mais próximos aos focos de queimadas a situação se agrava. No Parque Dagmar Mazza, por exempo, um terreno ao lado da creche da comunidade tem constantemente queimadas como essas.

Segundo os moradores do local, a prática é feita por uma empresa de reciclagem. A equipe de reportagem do JMN procurou falar com o responsável sobre o assunto, mas não obteve resposta.

A reclamação no local é geral, mas as crianças e professores da creche acabam sendo os principais prejudicados.

Lá, são mais de 80 crianças e por várias vezes precisaram sair das salas de aula para não ficarem sufocadas com a fumaça.

?A comunidade reclama muito. Às vezes 7 horas da manhã o fogo começa e como o vento é muito forte, o fogo se alastra rápido. Tem crianças com problemas respiratórios. Acho que deveria colocar fogo, mas longe das residências?, avalia Raimunda Coelho, diretora da creche.

Além da fumaça e das cinzas que têm sido motivo de muitas reclamações dos moradores da zona sul, os riscos de incêndio também preocupam muitos que moram próximo a esses locais. Em outro bairro da região, desta vez no Vamos Ver o Sol, teve moradores que chegaram a ter prejuízos por conta desses incêndios.

Como foi o caso do aposentado Gonçalo Vicente, que mora no Vamos Ver o Sol, próximo a um matagal e há pouco mais de uma semana passou por momentos de sufoco em sua casa.

Um incêndio que iniciou no terreno ao lado de sua residência se alastrou e trouxe vários prejuízos. O terreno fica localizado do outro lado da rua, mas as chamas tomaram dimensão tão grande que atravessou a via e chegou a queimar a fiação de sua casa.

?A rede elétrica do poste para a minha casa acabou pegando fogo, uma cadeira de plástico chegou a derreter por conta do calor. Eu pensei que eu ia perder a minha casa. A minha sorte foi que vi antes, mas se eu não tivesse em casa tinha perdido tudo, o fogo teria queimado a minha casa inteira?, conta ele.

Segundo Gonçalo, as queimadas na região próximo à sua casa são bastante comuns nesse período, mas ele nunca presenciou cena como essa. ?Fiquei assustado.

Todos os anos acontecem essas queimadas, mas este ano foi mais crítico. Tem vez que começa aqui, mas outras começa no Conjunto Alegria e se propagam pra cá?, afirma.

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