Umas das apostas da vice-governadora Regina Sousa para o desenvolvimento social e geração de renda das comunidades tradicionais do Estado foi concretizada neste domingo (27) com a implantação do serviço de internet pela Piauí Conectado no quilombo Mimbó, no município de Amarante.
Mais de 170 municípios do Piauí já foram interligados por fibra ótica, beneficiando cerca de 3 milhões de pessoas com o programa de Parceria Público-Privado. Segundo Edson Roberto da Silva, presidente da Global, empresa gerenciadora do Piauí Conectado será o primeiro estado do Brasil a ser 100% conectado por fibra ótica.
“Chegamos onde ninguém mais chegou, alcançamos lugares distantes da capital e logo iremos interligar todo o estado, levando o Piauí a ser o primeiro estado do Brasil a ser totalmente conectado, na vanguarda da tecnologia e da evolução”, explica Edson Silva.
Atenta em levar políticas públicas para a população menos favorecida, Regina Sousa revelou que conheceu o Mimbó em 1994, na companhia do presidente Lula. “Viemos um pequeno grupo e ainda hoje ele pergunta como está tudo por aqui com tudo isso que a gente está fazendo. Desde 2019 no começo do nosso governo, antes da pandemia, andei muito por esse estado visitando comunidades quilombolas, as que já conhecia e conhecendo outras em São Raimundo Nonato, Paquetá, Picos e Paulistana, por exemplo. Existem comunidades bastante isoladas, mas que chegando lá vemos que já existe alguma coisa sendo feita”, disse.
“Em Paulistana encontrei uma comunidade autossuficiente, com mulheres valentes fazendo hortas, criando peixe a galinha através do Projeto Sisteminha do Emater, onde nós investimos 150 mil reais para 22 famílias e hoje elas estão vendendo bem, os mercadinhos vão comprar lá na comunidade, isso me enche de orgulho. Assim como a comunidade Canadá em Oeiras que gera renda com hortaliças. E é isso que quero para o Mimbó, o mais antigo quilombo que continue com essa cultura, valorizando nossa negritude. E são os moradores que têm que preservar. Quero uma mudança de vida para eles, do ponto de vista de emancipação financeira e não dependam nunca mais de cesta básica”, frisou a vice-governadora.
Artigos de moda e artesanato
Segundo a vice-governadora, a ideia de criar a marca Mimbó para artigos de moda e artesanato é outro empreendimento desenvolvido em parcerias. “Com a doação de retalhos da empresária Claudia Claudino que veio até aqui, fizemos a proposta de parceria e todo mundo do Mimbó aderiu. Temos muito a percorrer, mas já temos uma grande produção de artesanato, tapetes, caminhos de mesa que já tem gente de Natal comprando via internet. Significa que já deu certo e vai continuar dando mais ainda com o site de vendas. Temos agora a inovação tecnológica, vamos ampliar a escola, fazer o mirante que será um ponto de visitação. O Mimbó já é livre, agora será independente, com autonomia financeira”.
Para o presidente da Global, chegar ao Mimbó “é um trabalho gratificante não somente pela superação dos desafios tecnológicos apresentados, como pela transformação social. A partir de hoje, a vida será outra no quilombo. A educação vai dar um salto de qualidade, consultas médicas poderão ser feitas por telemedicina, a arte e a cultura serão vistos e consumidos por todo o mundo. A história e as tradições serão vistas, valorizadas e compartilhadas, novas oportunidades se abrirão para todos os jovens do Mimbó, que antes partiam para uma vida lá fora, agora poderão enxergar aqui mesmo a possibilidade de um futuro melhor através de cursos técnicos do ensino à distância”, disse.
A presidente do Conselho Comunitário do Quilombo Mimbó, Marta Paixão, ressaltou a vocação da comunidade. “Na nossa comunidade temos muitas pessoas talentosas na moda, artesanato, agricultura, no manejo de ervas medicinais. Por mais de 200 anos conservamos o mais importante, a potencialidade na moda, cultura e turismo, com a vista para o rio Canindé e cavernas onde se esconderam os primeiros habitantes do quilombo Mimbó e hoje estamos concretizando mais um passo desse sonho”, declarou.